Com setor imobiliário em alta, construção civil já emprega mais de 12 mil em Aparecida
Trabalhadores ajudam a erguer 18 novos condomínios residenciais, 5 deles horizontais, de alto padrão; com 326 empreendimentos prontos, habitação na cidade cresce em ritmo acelerado
Aparecida de Goiânia está em franca expansão imobiliária. Crescendo para os lados e para o alto, a cidade tem recebido novos condomínios residenciais verticais e horizontais, movimentando a construção civil e a geração de empregos. Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento e Regulação Urbana, já são 326 empreendimentos desse tipo prontos na cidade.
A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) contabiliza mais 13 condomínios verticais em construção em Aparecida. Além de torres de apartamentos e de condomínios de sobrados ou híbridos, com casas e apês, têm se multiplicado na cidade também os residenciais horizontais com imóveis de alto padrão. Cinco empreendimentos do tipo são construídos nos bairros Jardim Transbrasiliano, Conjunto Bela Morada, Papillon Park e no Polo Empresarial Goiás.
Outros dois condomínios horizontais nesse padrão no Residencial Araguaia e no Residencial Solar Garden já estão prontos, recebendo novos moradores de Aparecida. O executivo Fernando Nascimento é um deles. Natural do Recife (PE), ele chegou a Goiás há pouco mais de um ano. Nos primeiros meses, morou num apartamento alugado no Setor Bueno, em Goiânia, e quando decidiu comprar um imóvel para a família, escolheu uma casa em Aparecida.
“Morar em um condomínio horizontal sempre foi um sonho. Aspectos como segurança e liberdade para as crianças foram decisivos e escolhemos Aparecida por entendermos que a cidade tem grande potencial de crescimento e, consequentemente, valorização do nosso imóvel”, conta Fernando.
Membro da Associação dos Desenvolvedores Urbanos (ADU), o incorporador Ricardo Coimbra ressalta os fatores que, segundo ele, têm levado ao aumento na oferta de condomínios fechados no município. “Aparecida de Goiânia foi cidade dormitório por muitos anos, mas nos últimos 10 anos, grandes empresas se instalaram, e [ela] passou a ser uma cidade industrial e empresarial.”
Na avaliação de Ricardo, o crescimento de Aparecida provocou um aumento do poder aquisitivo dos moradores, criando um número cada vez maior de clientes do mercado de condomínios fechados. Ele aponta como outro fator o trânsito mais congestionado, que leva as pessoas a buscar moradia de melhor qualidade e próxima do trabalho.
Ricardo afirma que, no quesito consolidação do mercado imobiliário, Aparecida segue num ritmo “muito acima” da realidade de outros municípios goianos. Ele atribui parte desse resultado a ações executadas pela administração municipal. “A Prefeitura de Aparecida também ajuda muito neste processo, buscando agilizar as aprovações e desenvolvendo novos eixos para o aumento constante de veículos”, conclui o incorporador.
Boom no mercado alavanca contratações
Para entregar novas casas e apartamentos, o mercado imobiliário precisa contratar mais mão de obra. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que as contratações na construção civil em Aparecida aumentaram quase 5% entre janeiro de 2020 e janeiro deste ano, refletindo o aquecimento do setor na cidade.
Em janeiro de 2020, Aparecida tinha 11.540 pessoas trabalhando na construção civil com carteira assinada. Em janeiro deste ano, eram 12.091 trabalhadores e, mais recente, em abril, a cidade registrou 12.179 postos de trabalho ocupados neste ramo.
“Isso é resultado de políticas públicas executadas em nossa cidade para acelerar o desenvolvimento econômico, demográfico e, inclusive, imobiliário de Aparecida. A industrialização e as melhorias na infraestrutura dão suporte para Aparecida crescer ainda mais”, comenta o prefeito Vilmar Mariano. Conforme a Prefeitura de Aparecida, o município possui atualmente mais de 300 bairros.
Cidade propícia a investimento imobiliário
Aparecida é uma das 20 melhores cidades do Brasil para investimento imobiliário, conforme o ranking “Melhores cidades para fazer negócios”, da consultoria Urban Systems. Divulgado no último mês de dezembro, o levantamento mostra que nos últimos anos o município teve importantes avanços não só no mercado imobiliário, mas no comércio, indústria e agropecuária.
No setor de comércio, por exemplo, Aparecida subiu 36 posições em relação a 2021, passando do 69º lugar para a 33ª posição no ranking. “Nos esforçamos para investir em obras públicas e atrair novos empreendimentos imobiliários, empresas e indústrias, gerando assim moradia, renda, emprego e turismo de negócios para nossa cidade”, afirma Vilmar Mariano.
Secretário de Habitação de Aparecida, Roberto Hidasi vê ambiente para o ramo imobiliário acelerar na cidade ainda mais após as recentes mudanças nos critérios do programa Minha Casa, Minha Vida. Nessa alteração, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que determina onde os recursos do fundo são aplicados, ampliou para R$ 350 mil o valor máximo dos imóveis que podem ser comprados por beneficiários Faixa 3. Antes, o teto era R$ 264 mil.
“Os investimentos feitos pela Prefeitura de Aparecida na cidade, consequentemente, levaram a uma valorização dos imóveis. Como a maioria das novas casas construídas são maiores e têm um padrão de acabamento melhor, esse aumento no limite do Minha Casa, Minha Vida poderá expandir o público comprador desses imóveis, que estão espalhados por toda a cidade”, finaliza o gestor.
A nova regra para o Minha Casa, Minha Vida já está valendo em todo o Brasil. Com a novidade, a tendência é que o programa do governo federal volte a estimular a construção de novas casas e apartamentos populares em Aparecida em larga escala, assim como ocorreu em 2009 e 2014, observa Hidasi.
Em meio a esse boom imobiliário, pequenos construtores chegaram a constituir, à época, uma associação estadual para representar os interesses da classe. Pelo protagonismo de Aparecida na construção civil, a própria sede da instituição ficou localizada na cidade.