Instituto Patris assume gestão da Maternidade Dona Íris

Por Ana Lucia
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A Prefeitura de Goiânia informou que o Instituto Patris assumiu a gestão do Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) a partir das 7h deste sábado (23/8). A medida emergencial foi tomada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para garantir a continuidade da assistência materno-infantil na rede municipal, após paralisações de serviços essenciais realizadas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), antiga gestora das unidades.
A situação crítica começou na última sexta-feira (22), quando a Fundahc suspendeu todos os atendimentos eletivos, afetando consultas, exames e cirurgias agendadas em maternidades como a Célia Câmara e a Dona Íris. A suspensão decorreu da falta de repasses financeiros da Prefeitura à fundação, que, por sua vez, não conseguiu honrar pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços, comprometendo a operação das unidades.
Como consequência, os hospitais passaram a atender apenas urgências e emergências, com serviços restritos à avaliação obstétrica. Na Maternidade Célia Câmara, o atendimento de parto ficou temporariamente suspenso devido à ausência de anestesiologistas, afetando tanto partos normais quanto cesarianas, conforme reportagens do G1. Além disso, a paralisação prejudicou funcionários e pacientes, criando um cenário de desassistência em serviços públicos essenciais.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, explicou a decisão da Prefeitura. “Diante do colapso dos serviços oferecidos e do risco de desassistência a gestantes e crianças, a SMS determinou a entrada emergencial do Instituto Patris na Maternidade Dona Íris. Com essa decisão, buscamos restabelecer os atendimentos de urgência e emergência, além de normalizar o fornecimento de insumos e medicamentos na unidade, com rapidez e eficiência”, afirmou.
Além da intervenção no HMDI, a SMS articulou a retomada dos serviços de anestesiologia na Maternidade Nascer Cidadão ainda na noite de sexta-feira (22/8). A Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB), que assumirá futuramente a gestão da unidade, já passou a oferecer esses serviços, garantindo a retomada dos atendimentos obstétricos essenciais. As ordens de serviço autorizando a atuação das organizações sociais foram assinadas pela Prefeitura.
Desde 2012, a Fundahc era responsável pela gestão das maternidades públicas da capital, por meio de convênios firmados sem processos de seleção que permitissem a participação de outras entidades sem fins lucrativos. Somente em 2025, a Prefeitura repassou mais de R$ 115 milhões à fundação. Apesar do repasse em dia, a gestão anterior enfrentava problemas frequentes de regularidade nos serviços e no cumprimento das metas assistenciais.
Segundo Pellizzer, um estudo técnico avaliou a qualidade, consistência e custo-benefício do modelo de gestão vigente, apontando a necessidade de substituição para garantir segurança e eficiência nos atendimentos. Com a entrada do Instituto Patris, a Prefeitura busca assegurar a continuidade do serviço, restabelecendo consultas, exames, partos e demais procedimentos obstétricos de forma organizada e segura.
A Prefeitura reforça que as medidas emergenciais têm caráter temporário, até que seja consolidada a gestão definitiva pelas organizações sociais, garantindo atendimento pleno e contínuo à população, especialmente às gestantes e crianças que dependem desses serviços públicos.