Grupo de sustentabilidade Goiânia 2030 e EcoFeminino defendem educação de direitos das mulheres para reduzir casos de violência doméstica em Goiás
Em observância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU (ODS 4, 5 e 16), grupo EcoFeminino está lançando a campanha de Mídia Advocacy intitulada: “(RE)EDUQUE OS HOMENS/ PUNA OS AGRESSORES/ EMPODERE AS MULHERES”. A proposta pretende, por meio de técnicas educomunicativas e tecnologias de paz, sensibilizar mulheres e homens para a necessidade de se engajarem na construção social e jurídica sobre os termos de um novo padrão de sociabilidade afetiva entre gêneros.
(Re)Eduque os Homens!
Processos de mudanças culturais de valores, atitudes e comportamentos em prol dos direitos femininos e dos direitos LGBTQIAPN+ podem catalisar novos padrões mentais, discursivos, sociais, corporais, ambientais e tecnológicos, que se conectam com os direitos humanos universais, garantindo maior protagonismo e liderança das mulheres na vida urbana, ecológica, econômica, política, social, cultural e familiar. A conscientização da representatividade dos lugares de fala e dos marcadores sociais da diferença, permite que o “poder feminino” floresça com força, fé e foco, pelo olhar das mulheres sobre vida humana e saúde planetária, no que se coaduna com esforços coletivos de preservação da diversidade cultural e da biodiversidade, respectivamente, a fim de proporcionar a garantia da proteção e da defesa das mulheres e de outras minorias maiorias minorizadas de direitos, em situação de vulnerabilidade social.
Puna os agressores!
A Lei Maria da Penha tipifica 5 tipos de violência (física, sexual, patrimonial, psicológica e moral) contra mulher, que apesar dos esforços em enquadrar quase todos os casos, não dá conta do aumento da complexidade econômica e tecnológica da realidade social brasileira, em que as estruturas familiares e laborais estão cada vez menos estáveis, no que compromete o fortalecimento da ética e da virtude. Por esse motivo, o coletivo Poder EcoFeminino está propondo uma classificação didática e, possivelmente, jurídica, que pormenorize cinco tipos de violência contra mulher menos conhecidos, mas não menos praticados, em todo material educomunicativo sobre crimes de gênero, visando a melhor prevenção e elucidação de condutas criminosas como a: Violência Institucional (Processual, Escolar e Profissional); a Violência Política, a Violência Vicária, a Violência Médica/Química e a Violência Urbana de Gênero.
Empodere as Mulheres!
O grupo de divulgação científica, cultural e informacional Poder Ecofeminino tem atuado para aumentar o nível de permissão das mulheres por meio do empoderamento feminino e populações LGBTQIA+. Mais do que isso, tem atuado por meio de estratégias de educação comunicativa voltadas para a sensibilização do público leigo, inclusive, os homens, para despertar a sociedade para um ponto de vista mais humano e feminino sobre a natureza e sociedade, no que contribui em prol de uma humanidade mais igualitarista, sustentável e multiculturalista, a partir de 6 eixos norteadores:
A) Combate ao machismo estrutural; gravidez precoce; pobreza menstrual, feminicídio; transhomofobia e violência obstétrica, vicária, medicamentosa, processual, institucional e política contra as mulheres;
B) Promoção da igualdade de gênero na política e no mercado de trabalho, bem como, maior inclusão física (trans)feminina nos espaços públicos, sobretudo, em áreas abertas de verde urbanizado em horários noturnos;
C) Suporte à saúde financeira, mental e espiritual para as populações minorizadas de Direitos, compostas por mulheres e LGBTQIA+, visando formar redes de capacitação laboral e empreendedorística, de apoio psicológico e social e de economia solidária e cooperativa;
D) Garantia da saúde, bem-estar e direitos sexuais e reprodutivos, por meio de atendimento médico, de educação sexual, de (mídia) advocacy e de liberdade sexual, reprodutiva, social, afetiva e matrimonial;
E) Defesa dos 17 Objetivos de Desenvolvimento da Agenda 2030 (ONU), vez que são as mulheres as mais impactadas pelas desigualdades sociais e mudanças climáticas globais, o que torna mister a compreensão de que a destruição da Mãe Natureza pelo “homem” antropocêntrico, é uma pauta ecofeminista;
F) Disseminação de formações preventivas e reeducativas sobre cultura de paz, comunicação não-violenta, direitos humanos, masculinidade tóxica e Lei Maria da Penha, no tocante às possíveis negligências e possíveis abusos na aplicação do seu arcabouço jurídico; bem como, promoção de campanhas socioculturais e educomunicativas com linguagem hipertextual para difundir conteúdos acessíveis sobre questões de gênero e direitos das mulheres.
Entrevista de Fred Le Blue (idealizador do Grupo EcoFeminino e Goiânia 2030)
Os números de violência de gênero estão crescendo no Estado de Goiás, que tanto tem alardeado ser o baastião da segurança pública. Neste contexto, como esta campanha de midia-advocacy pretende tratar este tema tão espinhoso que é a violência de gênero?
Esta campanha do Goiânia 2030 agrupa e difunde, de forma didática, por meio de uma estratégia jurídica educomunicativa, mais 5 tipificações temáticas de violência de gênero, para além dos 5 tipos explicitados na Maria da Penha. A proposta prioriza o debate da aplicação do direito preventivo para que a população possa familiarizar-se, de forma, responsiva, com a legislação. Acreditamos que essa metodologia de trabalho possa resultar em maior aderência às leis de proteção feminina, que desagrupadas, tendem a dificultar o entendimento do do todo sistêmico da espiral de violência, o que propicia o aumento de casos de reclusão e de reincidência.
A mudança legal em prol da Lei Maria da Penha não foi acompanhada de novos padrões mentais. Como atrair os homens para a causa para que eles evoluam e passem a ser parceiros, de fato, das lutas por espaços e direitos femininos com as mulheres?
Apesar de protagonistas e cúmplices de muitos crimes contra mulheres, os homens são muito refratários ao tema das questões de gênero: alguns por serem machistas invertebrados e outros por não saberem como participar do debate. Sinto que o patriarcalismo ainda dita as regras da cultura brasileira, sendo muito acentuado, inclusive, em algumas mulheres, mesmo no segmento feminista. De maneira geral, a participação política dos homens sensíveis nas bandeiras de direitos das mulheres, em alguns casos, pode ser confundida, como uma usurpação de prerrogativa alheia em função do paradigma culturalista do lugar de fala. Ao meu ver, acredito que só uma atitude assertiva e empática em prol de uma parceria intersexual de mobilização na defesa dos direitos das mulheres, é que poderá estimular uma liberdade maior de opinião e manifestação, por parte das mulheres, bem como, uma melhor divisão social do trabalho profissionais e papéis sociais entre homens e mulheres.