Política

Fusão DEM-PSL deve colocar Caiado e Bolsonaro em palanques opostos

Em Brasília é dada como praticamente certa a fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL), que deixou de ser uma legenda nanica para ser uma das maiores do Brasil com o tsunami bolsonarista nas eleições de 2018. Embora há resistências em alguns Estados, a maioria nos dois partidos tem se mostrado favorável à fusão. Inclusive em Goiás, onde ninguém duvida que o comando do partido continuará nas mãos do governador Ronaldo Caiado (DEM). A fusão, que vai criar o maior partido da atualidade no Brasil, tem um objetivo claro: lançar candidatura própria para a presidência da República em 2022.

Se confirmar a fusão entre DEM e PSL e seu principal projeto eleitoral para 2022, colocará Ronaldo Caiado e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em palanques opostos em Goiás. Pelo menos, no primeiro turno das eleições de 2022. O que, segundo aliados do governador goiano, não seria ruim. Caiado ficou neutro no primeiro turno da eleição de 2018.

Presidente nacional do DEM, ACM Neto disse que os próximos 15 dias irão definir se haverá mesmo a fusão. “O que a gente discute hoje é a possibilidade de criação de um novo partido, que nasceria como o maior partido do Brasil, com uma grande participação na Câmara, no Senado, com uma perspectiva de fazer uma quantidade importante de governadores e com o objetivo de lançar candidato próprio à presidente da República”, afirmou. Ele tem citado os nomes do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Pelo lado do PSL, o pré-candidato a presidente é o apresentador José Luiz Datena.

Grande partido
A nova legenda, que continuará com o número 25 (atualmente o do Democratas), nascerá com 81 deputados federais (são 53 do PSL e 28 do DEM) e conquistar o posto de maior bancada na Câmara dos Deputados, além de controlar três Estados: o PSL tem o governador Mauro Carlesse (TO) e o DEM, além de Caiado, tem Mauro Mendes (MT). Também poderá atrair pelo menos 4 senadores do MDB, inclusive o goiano Luiz do Carmo, que não esconde mais a sua vontade de mudar de partido para manter viva a esperança da vaga na chapa majoritária de Caiado para concorrer ao Senado.

O novo partido receberá ainda, no que ano vem, a maior fatia do fundo eleitoral. Se considerada a soma dos valores de 2020, o novo partido teria R$ 480 milhões, à frente do PT, que ficou com R$ 295 milhões. Aliás, essa é a principal vantagem da fusão para o DEM: aumentar o seu cacife financeiro, além de passar a ter a maior bancada no Congresso Nacional. Para o PSL, os maiores ganhos serão a capilaridade regional e estrutura que o DEM pode oferecer, principalmente nos Estados

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