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CEO da Latam admite erro de comunicação sobre nova tarifa sem bagagem de mão

Jerome Cadier diz que proposta foi mal interpretada e pede compreensão do Congresso e dos consumidores

O presidente da Latam BrasilJerome Cadier, reconheceu nesta segunda-feira (20/10) que houve falha na comunicação das companhias aéreas ao divulgar as novas tarifas internacionais que restringem o transporte de bagagem de mão. O posicionamento ocorre após forte reação de consumidores, parlamentares e órgãos de defesa do consumidor.

“Infelizmente, isso foi mal interpretado como se as companhias estivessem cobrando pelo uso do compartimento. Na verdade, trata-se de oferecer opções diferentes ao cliente. Reconhecemos que não comunicamos bem isso ao público”, afirmou Cadier durante a 21ª Assembleia Geral e Fórum de Líderes da Alta (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo), em Lima (Peru).

O executivo se referia à tarifa Basic, lançada recentemente, que permite levar apenas uma bolsa ou mochila de até 10 kg, sem direito à mala de mão. Segundo Cadier, o modelo oferece vantagem para passageiros que viajam com pouca bagagem.

“Espero que o Congresso entenda que isso é bom para o Brasil e para o consumidor brasileiro”, disse.

A reação política veio na última semana, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou a medida como “abuso” e anunciou a votação em regime de urgência do Projeto de Lei 5041/2025, que garante o direito à bagagem de mão gratuita em voos nacionais e internacionais.

Procon-SP, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) notificaram as empresas pedindo esclarecimentos sobre a clareza das informações repassadas aos passageiros.

A assessora técnica do Procon-SP, Renata Reis, destacou que a principal preocupação é a transparência.

“É essencial que o consumidor seja informado com antecedência e compreenda as condições da tarifa escolhida”, afirmou.

Gol Linhas Aéreas também adotou modelo semelhante em rotas internacionais, permitindo apenas um item pessoal na cabine. As companhias defendem que não há cobrança adicional, mas sim a criação de uma opção mais barata para quem viaja leve.

Enquanto isso, o debate sobre o tema deve ganhar força nas próximas semanas, com a tramitação do projeto de lei no Congresso e a análise de práticas comerciais pela Senacon e Procon.

GED

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