Albânia nomeia “Diella”, a primeira ministra digital do mundo, para chefiar licitações e combater a corrupção

A Albânia se tornou o primeiro país do mundo a nomear oficialmente uma ministra digital gerada por inteligência artificial. A novidade foi anunciada nesta sexta-feira (12/09) pelo primeiro-ministro Edi Rama, que apresentou Diella — uma assistente virtual criada para supervisionar processos de licitação e tornar o uso de recursos públicos “100% transparente e livre de corrupção”.
Segundo Rama, Diella será responsável por analisar e decidir sobre todos os concursos públicos do governo central, eliminando a influência direta de ministros e servidores.
“Ela é o primeiro membro do governo que não está fisicamente presente, mas virtualmente criado pela inteligência artificial. A partir de agora, nenhum centavo de fundos públicos poderá ser manipulado em licitações”, declarou o premiê.
Quem é Diella
O nome da assistente virtual significa “Sol” em albanês. Desde janeiro, ela já atuava como ferramenta de apoio na plataforma digital e-Albania, orientando cidadãos em serviços online e ajudando na emissão de documentos. Agora, passa a ter atribuições decisórias no gabinete de Rama.
A imagem pública de Diella foi criada em forma de mulher com trajes tradicionais albaneses, exibida em painéis durante a apresentação. Embora seja um avatar, o sistema é operado por servidores de inteligência artificial que processam dados e algoritmos de análise em tempo real.
Transparência e críticas
O governo afirma que o novo modelo vai garantir que todas as despesas públicas sejam rastreáveis e que qualquer cidadão possa acompanhar a aplicação de recursos. “Trata-se de um passo a passo para transferir as decisões de licitação da mão dos ministros para uma IA imune a pressões políticas”, reforçou Rama.
Apesar do entusiasmo oficial, a oposição reagiu com críticas. Líderes de partidos adversários classificaram a medida como inconstitucional, alegando que apenas pessoas podem ocupar cargos ministeriais.
Especialistas em direito digital e administração pública também alertam para a necessidade de auditoria independente, regras claras de supervisão e definição sobre quem responderá legalmente por eventuais falhas ou irregularidades.