O que Sergio Moro e o boneco de Olinda tem a ver com voto de relator; entenda
Ao votar contra a cassação da chapa do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza argumentou que a “grande visibilidade” do ex-juiz da Operação Lava Jato dispensaria a necessidade de uma pré-campanha à Presidência para viabilizar a disputa ao cargo de senador. Como exemplo da “exposição midiática” de Moro, o relator citou os “bonecos de Olinda” com a imagem do ex-ministro da Justiça e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Falavinha é relator das ações que pedem a cassação de Moro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Os processos foram movidos pela Federação Brasil da Esperança, que inclui o PT, de Lula, e pelo PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os partidos alegam que o ex-juiz se beneficiou da projeção da pré-campanha quando dizia que ia concorrer à Presidência na disputa ao Senado.
Visibilidade a Sergio Moro
Ele disse que os anos que as operações foram realizadas trouxeram grande visibilidade ao nome de Sergio Moro, como a condução coercitiva do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Boneco de Olinda em homenagem ao senador Sergio Moro – Foto: Reprodução/X/ND
“Ou mesmo os bonecos de Olinda que o representavam (no caso, representavam o senador), ou ainda as grandes manifestações em defesa da Operação Lava Jato com bonecos de alto porte em alusão ao investigado (Sergio Moro)”, acrescentou Falavinha em seu voto.
Julgamento suspenso
O julgamento foi suspenso na Justiça Eleitoral após pedido de vista do desembargador José Rodrigo Sate, após a leitura do relatório de Falavinha. Ele deve ser retomado nesta quarta-feira (3).
Se for condenado, Moro pode ficar inelegível por oito anos além de perder o mandato no Senado.
Defesa do senador disse que não há “nada ilegal” na vitória que ele obteve nas eleições para o Senado em 2022 – Foto: Marcos Corrêa/PR
A defesa de Moro afirmou no julgamento que “não há nada ilegal” em sua vitória em 2022 e disse que as ações movidas contra o senador, movidas pelo PL e pela federação PT-PCdoB-PV, “inflaram” os gastos da pré-campanha presidencial do ex-juiz da Lava Jato.