Política

Lula anuncia cobrança de imposto das big techs dos EUA

Da Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, que o Brasil cobrará impostos das big techs dos Estados Unidos, as principais empresas de plataformas digitais que atuam no país. O anúncio, realizado diante de milhares de estudantes no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia, acontece em resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de taxar em 50% todas as exportações brasileiras para o mercado norte-americano a partir de 1º de agosto.
Lula frisou que a soberania do país será defendida, e prometeu tratar com rigor as gigantes digitais estrangeiras: ‘Esse país só é soberano porque o povo brasileiro tem orgulho desse país. E eu queria dizer que a gente vai julgar e vai cobrar imposto das empresas americanas digitais’, enfatizou, ressaltando que o Brasil não aceitará imposições externas sobre seus temas internos.
Segundo especialistas, as pressões das big techs para evitar a regulação do setor no Brasil influenciaram a decisão do governo Trump por tarifas retaliatórias. Em carta ao governo brasileiro, Trump classificou como ‘ataques contínuos’ as tentativas de regulação, citando ‘ameaças de multas milionárias e expulsão do mercado de mídia social brasileiro’ e ainda acusando o Brasil de promover censura.
No mesmo evento, Lula destacou a necessidade de proteção da população contra abusos digitais, principalmente entre crianças, mulheres, negros e a comunidade LGBTQIA+. ‘Nós não aceitamos que, em nome da liberdade de expressão, se use as plataformas digitais para agressão, mentira e promoção do ódio’, afirmou o presidente.
O debate sobre regulação das plataformas segue intenso no Brasil, especialmente após o Supremo Tribunal Federal decidir que empresas do setor podem ser responsabilizadas diretamente por postagens ilegais, incluindo conteúdos de caráter criminoso e incitação à violência.
Lula revelou ainda que o governo federal tentou o diálogo antes do novo tarifaço, enviando uma carta à equipe dos EUA em maio, sugerindo um acordo – mas, segundo ele, a correspondência não foi respondida. Após a oficialização das tarifas por Trump, o Brasil instituiu um comitê para discutir a taxação das big techs com o setor produtivo e regulamentou a Lei de Reciprocidade Econômica, indicando que responderá de igual forma às medidas adotadas por Washington.
‘O Brasil gosta e respeita a negociação. Nosso país não tem contencioso com nenhum outro. Mas ninguém vai dar ordem ao presidente da República’, disse Lula, mostrando confiança na condução das políticas econômicas. Ele também utilizou metáfora do truco: ‘quando o cara truca, a gente tem que escolher se corre ou grita ‘seis’; eu estou jogando’, afirmou.
Durante o congresso, Lula sancionou ainda o projeto de lei que amplia recursos do Fundo Social para políticas assistenciais a estudantes do ensino público superior e profissional. Em carta lida por representantes da UNE e de outras entidades estudantis, estudantes defendem a necessidade de investimentos em educação para combater a desinformação, a concentração de renda e as fake news, além de ressaltar o papel dos jovens frente ao cenário de ofensiva internacional.

GED

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