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Israel é acusado de usar bombas de fósforo branco em ataque a Beirute

Bombardeio em área residencial deixa dezenas de feridos e levanta suspeitas de violação do direito internacional

Em um episódio que chocou a comunidade internacional, Israel foi acusado de utilizar bombas de fósforo branco durante um recente ataque ao bairro de Al-Bashoura, em Beirute, capital do Líbano. O incidente, que ocorreu na última semana, deixou cerca de dez mortos, incluindo agentes de resgate e paramédicos, além de quase 180 pessoas afetadas por exposição química, segundo o Ministério da Saúde libanês.

O uso de fósforo branco em áreas densamente povoadas é proibido pelo direito internacional humanitário, constituindo uma grave violação dos direitos humanos. Testemunhas relataram uma “luz indescritível” seguida de um forte odor ácido e sintomas de sufocamento, características consistentes com o emprego desta arma química.

“Eles nos bombardearam com fósforo”, afirmou Ahmad, morador local, descrevendo o cheiro acre e a sensação de asfixia experimentada pelos residentes. O ataque atingiu não apenas áreas residenciais, mas também um centro médico gerido pela Autoridade Islâmica de Saúde, ligada ao Hezbollah, e o histórico Cemitério Islâmico de Al-Bashoura.

Especialistas em direitos humanos e toxicologistas alertam para os graves riscos à saúde associados à exposição ao fósforo branco. O Dr. Tharwat Zahran, da Universidade Americana de Beirute, explicou que as vítimas podem sofrer queimaduras severas, danos respiratórios agudos e efeitos a longo prazo, como pneumonite química.

A Human Rights Watch condenou veementemente o ataque. Ramzi Kaiss, pesquisador da organização baseado em Beirute, declarou que “o uso por parte de Israel de munições de fósforo branco em áreas povoadas prejudica indiscriminadamente os civis e obrigou muitos a abandonar suas casas”.

Este incidente remonta à chamada “Guerra dos 34 dias” de 2006, quando Israel também foi acusado de utilizar fósforo branco contra civis libaneses. A repetição desse tipo de ataque levanta sérias questões sobre a observância de Israel às leis internacionais de guerra e aos protocolos de proteção a civis em conflitos armados.

As autoridades israelenses ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as acusações. Enquanto isso, o governo libanês considera usar as evidências deste ataque para apresentar uma denúncia formal contra Israel por violações do direito internacional e dos direitos humanos.

À medida que a tensão na região aumenta, a comunidade internacional aguarda ansiosamente por uma investigação independente e por medidas que possam prevenir futuros ataques dessa natureza, garantindo a proteção dos civis em zonas de conflito.

Foto: REUTERS/Aziz Taher

GED

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