Inteligência não é sinônimo de sucesso, afirma pesquisa
Cientistas acreditam que atenção e perseverança andam de mãos dadas
Ter uma vida de sucesso não depende apenas da quantidade de inteligência que uma pessoa possa ter. É o que cientistas das universidades de Adelaide (na Austrália) e de Bristol (no Reino Unido) afirmam em um estudo publicado na revista Nature Human Behavior.
A pesquisa é a primeira a revisar sistematicamente todas as publicações até hoje que tratam dos efeitos das habilidades não cognitivas em crianças de até 12 anos, em comparação com os resultados posteriores em suas vidas, como seus desempenhos acadêmicos suas capacidades cognitiva e de linguagem.
“Traços como atenção, auto-regulação e perseverança na infância estão sendo investigados por psicólogos, economistas e epidemiologistas. Alguns desses fatores têm demonstrado influenciar os resultados posteriores da vida”, declarou o autor do estudo, professor John Lynch, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Adelaide.
Uma das co-autoras da pesquisa, Lisa Smithers, que é professora na universidade australiana, diz: “Há evidências de estudos publicados que determinam que as habilidades não-cognitivas estão associadas a resultados acadêmicos, psicossociais, de conhecimento e de linguagem. Isso, porém, não torna as habilidades cognitivas menos importantes.”
Uma das descobertas mais fortes de sua revisão sistemática foi que a qualidade da pesquisa nesse campo está longe de alcançar a perfeição. Dos mais de 550 estudos analisados, apenas cerca de 40% foi considerados de qualidade suficiente.
“Assim, enquanto intervenções para construir habilidades não-cognitivas podem ser importantes – particularmente para crianças desfavorecidas – a base de evidências existente que sustenta esse campo precisa ter estudos maiores que sejam mais rigorosamente planejados. Isso tem implicações importantes para pesquisadores e agências de financiamento que desejam estudar os efeitos das habilidades não-cognitivas “, diz o professor Lynch.
(Fonte: GALILEU)