Política

Governo Lula enfrenta pressões por reforma ministerial em meio a derretimento de imagem

Da Redação
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Após a divulgação de pesquisas indicando um declínio na popularidade do governo, membros influentes do Partido dos Trabalhadores (PT) têm discutido a possibilidade de uma reforma ministerial. As conversas entre petistas ressaltam a percepção de descoordenação e disfuncionalidade no governo, destacando a necessidade de uma revisão na equipe ministerial para reforçar a frente ampla na Esplanada dos Ministérios. Essa medida, argumentam, poderia trazer reflexos positivos, inclusive melhorando a relação com o Congresso.
Entretanto, até o momento, o presidente Lula tem resistido à ideia. Seus principais assessores atribuem o debate sobre a reforma principalmente a críticas internas, pouco relacionadas às falhas de gestão. Observa-se que a autocrítica não é uma característica forte nos governos do PT. No entanto, há pastas que geram preocupação no Palácio do Planalto, por serem alvo de críticas da oposição e da cobiça de aliados, além de motivarem disputas internas de poder. Entre elas, destacam-se os ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Saúde, considerados estratégicos tanto politicamente quanto na execução de projetos.
No início do terceiro mandato de Lula, o Ministério da Justiça era comandado pelo senador licenciado Flávio Dino (PSB). Dino ganhou destaque no cargo durante crises políticas e confrontos com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com o intuito de fortalecer sua influência no Judiciário e neutralizar um potencial candidato presidencial do PSB, Lula indicou Dino para o Supremo Tribunal Federal. Para substituí-lo, convidou o ministro aposentado do STF Ricardo Lewandowski, com a expectativa de que reeditasse o papel de Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça de Lula entre 2003 e 2007.
No entanto, a transição de Lewandowski para o Ministério da Justiça não foi suave. Logo após assumir o cargo, ocorreu a fuga de dois presos de uma penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró (RN). Essa foi a primeira fuga desse tipo desde a criação do sistema para isolar líderes de facções criminosas em 2006. Após investigação interna, o ministério concluiu que houve falhas nos procedimentos de segurança, mas descartou suspeitas de corrupção de funcionários para facilitar a fuga. Parlamentares convocaram o ministro para prestar esclarecimentos sobre o caso. Enquanto isso, nas redes sociais, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro aproveitaram a fuga para reforçar o discurso de que o governo Lula é leniente com o crime organizado. Essa situação adiciona pressão sobre o governo, aumentando a necessidade de respostas rápidas e eficazes para manter a confiança do público.

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