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EUA x Colômbia: crise sobre deportações e tarifas desafia aliança histórica

Da Redação
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A tensão entre os Estados Unidos e a Colômbia atingiu novos patamares após o presidente colombiano, Gustavo Petro, rejeitar voos de deportação de migrantes organizados por Washington. Em retaliação, o ex-presidente americano Donald Trump anunciou sanções severas, como tarifas de 25% sobre produtos colombianos e restrições de visto para autoridades do governo de Bogotá.
A crise teve início na sexta-feira (24), quando Petro recusou a chegada de aeronaves militares americanas com migrantes colombianos deportados. Ele argumentou que o processo era desumano, apontando para imagens de migrantes algemados como exemplo do que classificou como “tratamento degradante”. Petro condicionou o retorno dos deportados ao uso de aeronaves civis e garantias de respeito à dignidade dos repatriados.
Trump reagiu rapidamente, aplicando tarifas de 25% sobre todas as exportações colombianas para os EUA, com a ameaça de elevar o percentual para 50% caso Bogotá mantivesse sua posição. Além disso, ele suspendeu o processamento de vistos para autoridades colombianas e suas famílias, alegando que a postura de Petro comprometia a segurança nacional americana e violava acordos diplomáticos.
Em contrapartida, Petro anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre produtos americanos, intensificando a disputa. A relação entre os dois países, tradicionalmente aliados, tem se deteriorado desde a eleição de Petro, que busca reduzir a influência dos EUA na Colômbia.
Após intensas negociações no fim de semana, a Casa Branca afirmou no domingo (26) que o governo colombiano recuou, aceitando os termos americanos. Isso inclui a retomada irrestrita dos voos de deportação, utilizando aeronaves americanas. Com o acordo, as tarifas impostas por Trump foram suspensas, mas as restrições de visto e inspeções alfandegárias rigorosas permanecerão até que o primeiro voo com deportados colombianos pouse com sucesso na Colômbia.
O chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, declarou que o episódio está “superado” e garantiu que os migrantes serão recebidos “com dignidade”. Para agilizar o processo, o governo colombiano disponibilizou sua aeronave presidencial para transportar os deportados de volta ao país.
A crise marca um momento delicado nas relações bilaterais, testando a resiliência da parceria histórica entre as duas nações. A retomada dos voos e a redução das sanções podem trazer alívio temporário, mas as tensões subjacentes continuam a evidenciar as diferenças entre os dois governos.

GED

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