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Dólar Cai Pelo Segundo Dia Consecutivo, Impulsionado por Ações do Banco Central e Avanço no Pacote Fiscal

O dólar recuou frente ao real pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira (21), encerrando uma semana de intensa volatilidade nos mercados financeiros. O movimento foi impulsionado pela injeção de mais 7 bilhões de dólares pelo Banco Central no mercado de câmbio e pelo desfecho positivo no Senado em relação ao pacote fiscal proposto pelo governo. No cenário externo, a desvalorização global da moeda norte-americana também colaborou.

O dólar à vista encerrou o dia com queda de 0,87%, cotado a R$ 6,0710. Apesar disso, na semana, a moeda acumulou alta de 0,69%, refletindo a persistente desconfiança dos investidores em relação à sustentabilidade da política fiscal brasileira.

Atuação do Banco Central

Na tentativa de conter a volatilidade cambial, o Banco Central realizou uma venda de 3 bilhões de dólares à vista logo no início da sessão. Em seguida, a autoridade monetária complementou sua intervenção com a colocação de 4 bilhões de dólares em leilões de linha, que são operações de venda com compromisso de recompra. Com essas medidas, as intervenções cambiais desde a quinta-feira da semana passada totalizam 27,77 bilhões de dólares.

Avanço do Pacote Fiscal no Congresso

O pacote fiscal do governo também contribuiu para o alívio no mercado cambial. O Senado concluiu nesta sexta-feira a votação de três medidas estruturais do ajuste fiscal, incluindo:

  • Projeto de Lei que restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo.
  • Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para reduzir despesas obrigatórias do Executivo.
  • Projeto de Lei Complementar que estabelece um teto para as despesas públicas.

A PEC foi promulgada nesta sexta-feira pelo Congresso Nacional, enquanto as outras medidas já haviam sido aprovadas na véspera. Segundo analistas, o desfecho favorável das votações fortaleceu a confiança dos mercados na capacidade do governo de implementar ajustes econômicos necessários.

Declarações de Lula e Impacto no Mercado

No meio da tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a autonomia do Banco Central em um vídeo divulgado no Instagram, onde apareceu ao lado de Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC, e de integrantes de sua equipe econômica, como Fernando Haddad (ministro da Fazenda) e Simone Tebet (ministra do Planejamento e Orçamento). “Quero que você saiba, Galípolo, que jamais haverá qualquer interferência da Presidência no trabalho do BC”, declarou Lula.

O presidente também garantiu que novas medidas fiscais serão avaliadas para proteger o arcabouço econômico. Essas sinalizações de unidade e compromisso reforçaram o recuo do dólar e ajudaram a reduzir as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs).

Ibovespa Fecha em Alta

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou alta de 0,5%, encerrando a sessão em 121.788,99 pontos, conforme dados preliminares. Durante o dia, o índice oscilou entre 120.700,49 pontos na mínima e 122.209,26 pontos na máxima. No entanto, o acumulado da semana revelou uma queda de 2,27%, em meio à instabilidade global e local.

O volume financeiro foi robusto, somando 25,95 bilhões de reais, impulsionado pelo vencimento de opções sobre ações na B3. A alta do Ibovespa foi atribuída à combinação de alívio nas taxas de juros futuros e a queda do dólar, além da expectativa positiva em relação ao comprometimento do governo com as reformas fiscais.

Conclusão

A queda do dólar e o desempenho positivo do Ibovespa nesta sexta-feira refletem uma combinação de fatores internos e externos. A intervenção do Banco Central, a aprovação do pacote fiscal e os gestos conciliatórios de Lula contribuíram para acalmar os mercados, mas a persistente volatilidade sinaliza que desafios importantes ainda permanecem no horizonte.

GED

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