Política

Crescem os rumores de que Henrique Meirelles estará fora das eleições pelo Senado

Nos bastidores, crescem os rumores que Henrique Meirelles pode não participar da disputa ao Senado

Sem avisar com antecedência, o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles (PSD), desembarcou, em Goiânia, na tarde desta quinta-feira (10), para uma série de encontros políticos.

Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Meirelles é pré-candidato ao Senado. Porém, nas últimas semanas, cresceram os rumores de que ele pode não participar das eleições em Goiás.

Primeiro, porque o ainda senadoriável coordena o plano econômico do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao Palácio do Planalto. Além disso, ele é sempre especulado como um possível nome a integrar o alto escalão do governo federal, independentemente de quem seja eleito, inclusive o ex-presidente Lula (PT).

Em segundo lugar, Meirelles, que não poderá usar tantos recursos próprios, estaria demonstrando pouca disposição a se dedicar à campanha. Inicialmente, o cenário se mostrava favorável a ele, mas, agora, as pesquisas de intenção de voto o colocam atrás do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

Há, ainda, o fator Lissauer Vieira (de saída do PSB e em negociação com o PSD). Como mostrado ontem pelo jornal O Hoje, a eventual ida do presidente da Assembleia Legislativa, tido como um dos favoritos para deputado federal, ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) faria com que Meirelles perdesse um importante cabo eleitoral.

Os rumores sobre a possível desistência do pré-candidato ao Senado pelo PSD ganharam ainda mais força a partir do momento em que ele adiou a sua desincompatibilização do governo paulista. Diante desse contexto, vale apontar quais serão os vencedores e os perdedores, caso essa movimentação se confirme.

Quem ganha

Os maiores ganhadores são os demais senadoriáveis. Meirelles desponta, ou despontava, como o favorito a ocupar essa vaga na chapa majoritária do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Sem ele, o jogo fica aberto.

Os nomes de olho são os seguintes: Alexandre Baldy (Progressistas), Delegado Waldir (União Brasil), João Campos (Republicanos), Zacharias Calil (União Brasil), Luiz Carlos do Carmo (sem partido) e Wilder Morais (PSC).

Marconi, claro, não será candidato ao lado de Caiado. O ex-governador tucano não decidiu se tentará voltar ao Palácio das Esmeraldas ou ao Senado. Se for o segundo, ele também ganha com a desistência de Meirelles, cujos votos, que variam entre 10% e 15%, ninguém sabe para onde devem ir.

Um último vencedor pode ser o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), considerado um dos principais governadoriáveis de oposição. Ele está perto de se filiar ao Patriota e mantém diálogo com o Podemos, mas, no fundo, gostaria de uma legenda maior. Com Meirelles fora do páreo, há quem acredite que o PSD seja uma opção.

Quem perde

Entre os perdedores, o PSD, de uma forma geral, é o mais atingido. O presidente da sigla em Goiás, Vilmar Rocha, está em vias de ficar sem Meirelles e Lissauer em um intervalo curto de tempo. Por ser um articulador experiente, contudo, ele ainda tem condições de dar a volta por cima.

Dentro do partido, o deputado federal Francisco Jr, que tentará a reeleição, e a vereadora Sabrina Garcez, que também busca uma cadeira na Câmara dos Deputados, se enfraquecem, assim como o senador Vanderlan Cardoso, que apostava quase todas as suas fichas em Meirelles.

Por fim, nem Caiado escapa. O governador, que ficou de fora das articulações sobre a indicação de Lissauer ao TCE-GO, perde um nome de prestígio nacional e internacional em sua chapa e vê parte de sua base se desarticular, mas palacianos ainda confiam em uma recuperação.

*Informações de Ohoje

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