PolíticaNacional

Caiado e Zema criticam Lula e cobram ação federal após operação mais letal da história do Rio

Governadores de Goiás e Minas dizem que Estados enfrentam sozinhos as facções criminosas e acusam o governo Lula de omissão

Por Ana Lucia
[email protected]

Em meio à repercussão da megaoperação policial que deixou 119 mortos nas comunidades do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil) e Romeu Zema (Novo) voltaram suas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ambos afirmaram que as forças estaduais têm enfrentado o crime organizado sem o devido apoio do governo federal.

A ação, realizada na última terça-feira (28), foi considerada a mais letal da história do Rio, segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF). A ofensiva policial teve como alvo integrantes do Comando Vermelho (CV), facção que domina o tráfico em diversas regiões do Estado.

Em vídeo publicado na rede social X, Caiado parabenizou o governador fluminense, Cláudio Castro (PL), pela decisão de enfrentar o crime e disse sentir orgulho das tropas de segurança. “O brasileiro não suporta mais viver nessa situação de impunidade, onde faccionados se acham no direito de impor o terror. Os policiais civis e militares, mesmo sem o amparo federal, foram de peito aberto, com coragem e determinação”, afirmou o governador de Goiás.

Caiado também se solidarizou com as famílias dos agentes mortos na operação e destacou que eles “serão lembrados como heróis que lutaram pela liberdade e pela paz”.

Romeu Zema, por sua vez, criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e acusou o governo federal de omissão. “Mais uma vez, os policiais de um Estado enfrentam sozinhos facções terroristas. O ministro do Lula prefere criticar quem combate o crime em vez de ajudar. O governo se recusa a mandar blindados para proteger quem nos protege”, disse o governador mineiro.

As declarações vieram após Lula afirmar, em viagem à Indonésia, que “traficantes são vítimas dos usuários”, comentário que gerou forte reação. Horas depois, o presidente se retratou, afirmando que a fala havia sido “mal colocada”.

Enquanto o debate político crescia, a realidade nas favelas era de medo e luto. Segundo a ONG Voz das Comunidades, três moradores foram baleados e dezenas de escolas e postos de saúde suspenderam as atividades por causa dos confrontos.

GED

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo