Após aviso de Trump, UE aconselha a “evitar-se qualquer provocação”
A União Europeia reagiu hoje à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Irão insistindo na necessidade de evitar qualquer provocação desnecessária, de modo a diminuir a tensão na região do Golfo
Os representantes da União Europeia reagiaram hoje à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Irã, insistindo na necessidade de evitar qualquer provocação desnecessária, de modo a diminuir a tensão na região do Golfo.
“A região não precisa de mais elementos de desestabilização, é algo que temos reiterado de forma consistente. Deve evitar-se qualquer provocação, assim como empreender todos os esforços para diminuir a tensão“, vincou a porta-voz para as relações externas da União Europeia (UE).
Maja Kocijancic, que falava na habitual coletiva de imprensa da Comissão Europeia em Bruxelas, destacou que o seu comentário incidia na “situação geral” da crise do Irã e não particularmente no ‘tweet’ de Donald Trump.
O Presidente norte-americano avisou no domingo o Irã para “nunca mais” ameaçar os Estados Unidos, e advertiu Teerã que, se quiser lutar, será o seu “fim oficial”.
“Se o Irã quiser lutar, esse será o fim oficial do Irã. Nunca mais ameacem os Estados Unidos!”, publicou o chefe de Estado na sua conta oficial na rede social Twitter, diante de crescente tensão entre Washington e Teerã.
Donald Trump, que posteriormente recuou, admitindo não querer “lutar”, publicou a declaração horas depois de o líder dos Guardiães da Revolução, Hossein Salami, ter dito que o Irã não teme uma guerra, ao contrário dos Estados Unidos, advertindo que o Oriente Médio pode converter-se “num paiol” para Washington.
Salami avisou que, quando a ameaça é remota, as forças iranianas apenas planejam uma resposta estratégica, mas que, quando a ameaça se aproxima, também entram em ação “em termos operativos”.
A tensão na região do Golfo tem aumentado e os Estados Unidos decidiram enviar para o Golfo Pérsico um navio, um porta-aviões e caças-bombardeiros e designaram em abril os Guardiães da Revolução, uma força militar de elite, como grupo terrorista.
Na última semana, a tensão aumentou após a sabotagem de quatro petroleiros num porto dos Emirados Árabes Unidos e os ataques com ‘drones’ a um oleoduto saudita, com Riade acusando o Irã de ter ordenado esta ação aos rebeldes Huthis do Iémen.
A maioria das autoridades iranianas, como o líder supremo, Ali Khamenei, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif Khonsari, descartou uma guerra com os Estados Unidos.
Por sua vez, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem referido que está disposto a negociar com os líderes iranianos. (Notícias ao Minuto)