Câmara discute, em audiência pública, propostas do novo governo para a Educação Infantil

Da Redação
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Ausência de vagas em Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis); fechamento de turmas do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na capital; problemas estruturais nas unidades da rede; obras paradas; sobrecarga e falta de condições de trabalho para os servidores; e a recente proposta da Prefeitura de negociar vagas na rede privada. Estes foram alguns dos temas discutidos em audiência pública realizada na Câmara de Goiânia, na tarde desta quinta-feira (6).
O evento foi promovido pela vereadora Kátia (PT), em parceria com o colega de bancada, Professor Edward, presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Casa, reunindo educadores, pais, alunos e professores do EJA, gestores, lideranças sindicais e especialistas. O professor Clemerson Elder Trindade Ramos, da gerência de Educação Infantil, representou a Secretaria Municipal de Educação (SME) no debate, do qual também participaram os vereadores Fabrício Rosa (PT) e Oséias Varão (PL).
Em sua fala, o representante da SME informou que a Prefeitura desenvolve um plano de ação para atender a uma demanda atual de 10,5 mil crianças na Educação Infantil do Município. Segundo Clemerson Ramos, 6 mil vagas foram criadas e, agora, o foco é resolver a situação das outras 4,5 mil crianças. “Trata-se de uma situação emergencial. Estamos fazendo um levantamento em todas as regiões da cidade e nosso objetivo é garantir o acesso, permanência e qualidade na Educação Infantil”, destacou.
“Gostaríamos de saber onde foram criadas essas 6 mil vagas e o que será feito para atender as 4,5 mil crianças ainda na fila”, questionou a vereadora Kátia, ao alertar sobre a superlotação nas unidades de ensino infantil da capital – um dos problemas verificados pessoalmente, por ela, em visitas aos Cmeis.
De acordo com a parlamentar, o déficit de vagas e a falta de profissionais têm transformado essas unidades em “depósitos de crianças”, prejudicando tanto o aprendizado quanto o cuidado adequado dos pequenos.Além da superlotação, a vereadora apontou que muitas salas de aula não atendem às normas mínimas de espaço físico exigidas. A legislação prevê um mínimo de 1,5 metro quadrado por criança, enquanto, em Goiânia, há unidades em que 18 crianças dividem um espaço de menos de 10 metros quadrados. “Isso compromete a qualidade da educação e coloca em risco o bem-estar das crianças e dos profissionais”, ressaltou.