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Xandão: mineiro que fomenta o pagode há 35 anos na terra do pequi se apresenta neste domingo em Aparecida

Em entrevista exclusiva ao Goiás em Destaque, o músico Xandão revela possibilidade de reabrir casa de shows que leva seu nome em Goiânia

Natural de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Alexandre de Oliveira visitou Goiânia, em 1988. Com apenas 17 anos de idade, ele não imaginava que iria se tornar uma das maiores ou quem sabe a maior referência das rodas de pagode na capital da música sertaneja.

Naquela época, o samba e o pagode eram estilos musicais poucos apreciados na terra do pequi. Convidado por uma amiga, o visitante foi conhecer uma “batucada”. Era assim eram chamadas as festas ou encontros animados por sambistas ou pagodeiros.

A pouca habilidade dos goianos naquela época com o cavaquinho, pandeiro e o tantam chamou a atenção do jovem artista mineiro.
Xandão, como é conhecido no meio artístico, já tocava e cantava. Diante da eminente oportunidade, ele se mudou para Goiânia onde começou a “mexer com samba”.

Em entrevista exclusiva ao Goiás em Destaque, o músico recordou, porém, que a trajetória não foi das mais fáceis.
“Foram muitas lutas e muitas batalhas. Tem um episódio, por exemplo, que gosto de contar: já fomos até presos por conta do samba em Goiás. Fazíamos um samba em um determinado lugar, que era em um bairro nobre, e as pessoas de outros ritmos não aceitavam”.

Conseguir um espaço, com a infraestrutura necessária para se apresentar não era tarefa simples. Diante das negativas, Xandão resolver empreender no segmento do entretenimento.

Já que não tinha lugar para tocar, resolvi montar um buteco. Montei um samba toda sexta-feira no Clube da Saneago. Minha cunhada, que já está no céu, alugava a churrasqueira e nos cedia”.

O veterano sambista lembra ainda das apresentações na Chácara Cedro e do ‘Mania de Sambar’ primeiro grupo que criou. Naquele época, ‘Três Neguinhos’ e ‘Tradição dos Samba’ eram os mais conhecidos. Depois, vieram outros bons grupo como ‘Nóis e Nóis’ e ‘Raça Mestiça’.

“Tinha uma galera que fazia, mas era uma galera de poder aquisitivo maior, mais elitizada. Até íamos, mas apenas para assistir”, brinca sobre os eventos na região da Praça Tamandaré.

Quem antes apenas assistia as apresentações com os ‘bolsos vazios’, agora, se apresenta em locais refinados.
Na agenda de shows, estão bares no Setor Marista e clubes sociais de Goiânia e cidades vizinhas.
Foi superando as dificuldades impostas pela cultura goiana ainda, digamos, tradicional musicalmente falando que Xandão foi, aos poucos, conquistando seu espaço.

“Hoje, graças a Deus tenho um nome na cidade. Sou o Xandão do rico, do pobre, do preto, do branco. Sou reconhecido”, aponta o artista. Inspiração para os mais jovens, Xandão lembra que já ajudou muitos grupos.“

“Tenho muitos filhos”, diz sobre artistas que se espelham no seu trabalho. Carlos Caetano, Salgadinho, Grupo Balaco Baco e Fundo de Quintal são artistas e grupos com quem o músico já se apresentou.

Evento deste Domingo em Aparecida

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GED

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