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WePink, de Virginia Fonseca, enfrenta processo por propaganda enganosa e censura a consumidores

Empresa acumula mais de 120 mil reclamações e terá de oferecer atendimento humano, além de ser proibida de realizar lives

A WePink, empresa da influenciadora Virginia Fonseca, está no centro de um processo judicial movido pelo Ministério Público e pelo Procon Goiás, motivado por práticas consideradas abusivas contra consumidores. Entre os problemas apontados estão propaganda enganosa, censura de críticas nas redes sociais e falhas recorrentes na entrega de produtos. A decisão provisória da Justiça, tomada no último dia 10 de outubro, determina que a companhia passe a oferecer atendimento humano aos clientes e proíbe a realização de lives enquanto o caso é analisado.

Segundo o Ministério Público, a situação se agrava pelo uso da imagem da influenciadora, uma vez que milhares de seguidores confiam nas recomendações feitas por Virginia, tornando a empresa mais responsável pelo impacto de suas estratégias comerciais. Entre as ações apontadas estão atrasos na entrega de produtos, dificuldade para reembolso e práticas que estimulam compras impulsivas, como promoções relâmpago. Além disso, consumidores relataram exclusão de comentários negativos em redes sociais, configurando censura e restringindo o direito de manifestação.

O processo revela que, somente em 2025, foram registradas cerca de 30 mil reclamações no site Reclame Aqui, enquanto em 2024 esse número chegou a 90 mil. Somando denúncias informais, o total de consumidores prejudicados pode ultrapassar 300 mil. No Procon Goiás, foram registradas 340 reclamações nos últimos dois anos. Em resposta, a empresa afirma que a situação melhorou, destacando sua nota 8,1 na plataforma Reclame Aqui e o índice de 93% de resolução das queixas.

A liminar emitida pela Justiça também exige que a WePink disponibilize atendimento humano por diversos canais, incluindo telefone, e não apenas via sistema automatizado, garantindo que consumidores possam ter suas demandas atendidas de forma eficiente. A ação tramita na 14ª Vara Cível e Ambiental do Tribunal de Justiça de Goiás e ainda será analisada em seu mérito. O Ministério Público argumentou que a urgência da liminar se justifica para evitar prejuízos adicionais aos consumidores, citando vídeos de sócios da empresa admitindo dificuldades de abastecimento por causa da alta demanda.

Enquanto o processo corre, a empresa permanece proibida de realizar transmissões ao vivo e deve seguir as determinações de atendimento humanizado, sob pena de sanções adicionais. O caso reforça a atenção sobre práticas de empresas digitais que utilizam a imagem de influenciadores para atrair consumidores.

GED

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