Vício em smartphones cresce e surge solução para reduzir tempo de tela

Por Ana Lucia
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O uso excessivo de smartphones é um fenômeno crescente no Brasil e no mundo. Neste dia 06/10, especialistas alertam para os efeitos biológicos do excesso de telas e apresentam soluções para quem busca reduzir o tempo de uso desses aparelhos.
Segundo pesquisas, o Brasil é o quinto país no ranking de tempo de uso de smartphones, com média de 5 horas e 32 minutos diárias. Cada usuário toca no celular mais de 2.000 vezes por dia e checa o aparelho, em média, 58 vezes ao longo do dia. Estima-se que 89% das pessoas verificam o celular em até 10 minutos após acordar.
O cérebro e a dopamina
O uso constante do celular ativa o sistema de dopamina, neurotransmissor ligado à sensação de prazer. Notificações, mensagens ou curtidas geram pequenas “descargas” de dopamina. Porém, com o tempo, o cérebro se adapta ao excesso de estímulos, diminuindo a sensibilidade dos receptores — um mecanismo chamado downregulation. Esse processo é semelhante ao que ocorre com substâncias como a cocaína, fazendo com que o usuário precise de estímulos cada vez maiores para sentir a mesma satisfação.
Estudos confirmam que restringir o uso do smartphone por 72 horas altera a atividade cerebral em regiões ligadas à recompensa e ao autocontrole, efeitos comparáveis à abstinência.
Solução prática: o Brick
Para ajudar a controlar o uso, surge o Brick, dispositivo físico que funciona como um “Nicorette” para smartphones. O usuário escolhe quais aplicativos deseja bloquear e, ao encostar o celular no Brick, o telefone entra em modo de bloqueio. Para desbloquear, é preciso encostar novamente no dispositivo, criando uma barreira real contra o uso impulsivo.
O aparelho custa US$ 60 e é compatível com a maioria dos smartphones modernos. A ideia é permitir que o usuário mantenha foco em trabalho, estudos ou convivência familiar, sem precisar recorrer a aplicativos que apenas limitam o tempo de uso de forma virtual.
Especialistas recomendam que, além do Brick, os usuários pratiquem detox digital, estabeleçam horários sem telas e priorizem momentos offline, reforçando saúde mental e produtividade.