Unifan é acusada de estelionato por alunos de medicina transferidos do exterior
Transferências sob suspeita: alunos relatam ameaças e cobranças ilegais na Unifan
A promessa de uma transferência facilitada para o Brasil se transformou em um pesadelo para um grupo de estudantes de medicina. Vindos principalmente do Paraguai, eles ingressaram na Universidade Alfredo Nasser (Unifan), em Aparecida de Goiânia, atraídos pela promessa de validação de disciplinas e rápida progressão no curso, segundo denúncias dos estudantes.
No entanto, ao chegarem à instituição, foram surpreendidos com a exigência de cursar novamente o primeiro semestre e cobranças de cerca de R$ 140 mil para o aproveitamento das matérias já cursadas.
Os estudantes ingressaram com uma ação judicial contra a Unifan, acusando a instituição de estelionato e práticas abusivas. “Eles pagaram R$ 140 mil sob a promessa de que as matérias cursadas no exterior seriam aproveitadas e que eles ficariam no mesmo período em que estavam nas faculdades estrangeiras. Isso não ocorreu. Ao contrário, foram obrigados a cursar semestres anteriores e a fazer novos pagamentos”, afirma Bruno Vinícius Queiroz de Moraes, advogado que representa os alunos.
A ação judicial descreve um suposto esquema que se aproveitava da vulnerabilidade dos estudantes, muitos em estágios avançados do curso, como o 11º e 12º períodos. Além das cobranças exorbitantes, os alunos relatam ter sofrido ameaças ao questionar os valores ou solicitar a restituição do dinheiro. “Alguns estudantes chegaram a se mudar de estado por medo de represálias”, relata Moraes.
As denúncias contra a Unifan não se limitam às transferências irregulares. A instituição é alvo de um inquérito policial que investiga a venda de vagas no curso de medicina e de diplomas por valores que chegam a R$ 550 mil.
O deputado federal Professor Alcides, ligado à universidade, é citado nas investigações por suposto envolvimento no esquema.
Os estudantes pedem à justiça a restituição dos valores pagos e indenização por danos morais.
O setor jurídico da instituição afirmou para a imprensa que, por hora, não se pronunciaria sobre as alegações. O espaço segue aberto para o posicionamento da Unifan.