
Com o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump e o silêncio do governo federal, quem sente no bolso é a população. Diante do cenário, Ronaldo Caiado voltou do Japão, reuniu o setor produtivo e apresentou um plano emergencial para proteger a economia goiana
O tarifaço de 50% anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos como soja, carne e aço já preocupa o setor produtivo. Goiás, com forte presença no agro e na exportação industrial, seria diretamente atingido.
Caiado, que estava em missão comercial no Japão desde o dia 11 de julho, chegou ao Brasil na segunda-feira, 21, antecipando o retorno por causa da gravidade do cenário. No mesmo dia, já no Palácio das Esmeraldas, o governador anunciou a criação de uma linha emergencial de crédito com juros abaixo de 10%, mais barata do que as oferecidas por programas federais como o BNDES.
O recurso virá de créditos do ICMS sobre exportações, sem necessidade de usar dinheiro do Tesouro estadual. A regra é simples: somente empresas que mantiverem seus funcionários poderão acessar os valores. O foco é proteger tanto os negócios quanto os empregos.
Além da linha emergencial, Caiado anunciou a criação de um fundo de garantia voltado a pequenos e médios empresários, com o objetivo de facilitar o acesso ao crédito e impedir que a crise afete os que mais precisam. O plano inclui também um grupo de trabalho formado por representantes do governo e da iniciativa privada, que irá monitorar os impactos da crise e propor ações práticas em tempo real.
A resposta de Goiás:
O pacote emergencial apresentado por Caiado contempla:
- Crédito rápido e com juros baixos: Linha especial para empresas goianas com alta exposição nas exportações para os Estados Unidos, especialmente do setor agroindustrial.
- Garantia de empregos: Para receber o crédito, a empresa precisa manter seus trabalhadores durante o período do contrato.
- Fundo de apoio para pequenos negócios: Auxílio extra para quem mais precisa manter sua operação ativa.
- Articulação com o setor produtivo: Encontro com empresários no Palácio das Esmeraldas para alinhamento de estratégias e reforço institucional.
Pressão nacional e crítica ao governo federal
Além das ações diretas em Goiás, Caiado também protocolou um pedido de reunião de emergência com o Fórum de Governadores, endereçado ao presidente do colegiado, Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal. A pauta: a resposta nacional frente às tarifas impostas pelos Estados Unidos.
A reunião ainda não tem data marcada, mas pode contar com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, que coordena o gabinete criado por Lula para tratar da crise. Caiado, porém, foi direto em sua crítica:
O governo federal tem sido omisso e ineficiente. Goiás já começou a agir, mas o Brasil precisa reagir. O povo não pode pagar essa conta sozinho”, declarou o governador.
