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Trump confirma data para tarifas que vão atingir o Brasil

Da Redação
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste domingo (27) que as novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros entram em vigor no próximo dia 1º, atingindo toda a pauta de exportações sujeita à medida. O anúncio oficial ocorreu durante entrevista coletiva realizada na Escócia, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, intensificando o clima de preocupação entre governo brasileiro, diplomatas e empresários.
Segundo Trump, a decisão é resultado do alegado déficit comercial norte-americano e faz parte de um pacote de sanções que inclui outros parceiros internacionais. ‘O 1º de agosto é para todos’, declarou o presidente americano, ao detalhar que somente as tarifas sobre aço e alumínio, já em vigor, permanecem em 25%. Para União Europeia houve flexibilização, com alíquotas reduzidas para 15%. Apenas Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão conseguiram negociar condições diferenciadas com os Estados Unidos.
As autoridades brasileiras tentaram reverter o tarifaço. O vice-presidente Geraldo Alckmin liderou o grupo de trabalho que buscou diálogo direto com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, sem sucesso. Conforme relatou Alckmin, ‘conversei por 50 minutos no último sábado, mas não há sinalização de prorrogação ou acordo’.
Apesar do esforço, o governo americano considerou insuficientes as propostas apresentadas pelo Brasil.
A repercussão foi imediata em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu afirmando que ‘as estatísticas do próprio governo americano comprovam superávit comercial de 410 bilhões de dólares a favor dos Estados Unidos’, ao longo de quinze anos. Lula prometeu resposta com base na Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica e lamentou a falta de diálogo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu plano de contingência para amenizar prejuízos nos setores mais afetados, com prioridade para agropecuária, que deve registrar a maior perda de empregos – cerca de 40 mil vagas, conforme projeção da Universidade Federal de Minas Gerais.
Além dos embates comerciais, Trump associou a sanção à situação política brasileira, incluindo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. O tema agrava o atrito entre os governos e traz novas incertezas às relações bilaterais.
A expectativa do mercado é de queda de até 0,16 ponto no Produto Interno Bruto do Brasil, um impacto de R$19,2 bilhões. Ainda não há previsão de recuo por parte dos EUA, mesmo diante das críticas e tentativas de negociação lideradas por Lula, Alckmin e Haddad.

GED

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