Troca de Bebês em Hospital de Inhumas: Família Descobre Erro Após Três Anos e Polícia Investiga Caso
Uma possível troca de bebês no Hospital da Mulher, em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, está sendo investigada pela Polícia Civil após ser descoberta três anos depois do nascimento das crianças. Duas famílias estão envolvidas no caso e denunciam que seus filhos foram trocados logo após o parto. A situação veio à tona após um exame de DNA solicitado por um dos pais para confirmar a paternidade, o que levou à descoberta de uma incompatibilidade sanguínea com a criança.
O Caso: A Descoberta da Troca
A situação foi descoberta quando Cláudio Alves, um dos pais, decidiu realizar um exame de DNA para confirmar a paternidade de seu filho, após sua separação de Yasmin Kessia da Silva, mãe da criança. O exame, realizado em 31 de outubro de 2024, revelou uma surpresa: o sangue da criança não era compatível com o de Cláudio.
Diante do resultado inesperado, Yasmin pediu uma contraprova, que confirmou a incompatibilidade. Ela então suspeitou de um erro no nascimento e começou a investigar. Yasmin procurou outra família que estava na maternidade no mesmo dia e, após contar sobre a situação, Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza, pais de outro bebê nascido no mesmo dia, decidiram também realizar um exame de DNA. O resultado foi o mesmo: a incompatibilidade sanguínea.
Os Bebês: Nascidos com Diferença de 14 Minutos
Os bebês envolvidos na possível troca nasceram no dia 15 de outubro de 2021, com uma diferença de apenas 14 minutos: um às 7h35 e o outro às 7h49. A coincidência temporal e as evidências de incompatibilidade sanguínea despertaram a desconfiança das famílias, que acreditam que os bebês podem ter sido trocados no momento do parto.
O advogado de Cláudio, Kuniyoshi Watanabe, levantou a possibilidade de que as crianças possam ter os registros com dois pais e duas mães, o que tornaria ainda mais complexa a situação jurídica e familiar.
Investigação Policial e Possíveis Consequências Legais
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, com a condução do delegado Miguel Mota. O delegado informou que todos os envolvidos já foram ouvidos e que a investigação está em andamento. A Polícia Civil destacou que a troca de bebês pode configurar uma possível infração ao artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata da responsabilidade médica em identificar corretamente os neonatos no momento do parto, podendo resultar em responsabilidades legais para os profissionais de saúde envolvidos.
Posicionamento do Hospital da Mulher
O Hospital da Mulher, por meio de nota, afirmou que assim que os fatos foram comunicados pelas famílias, medidas imediatas foram tomadas para garantir a apuração completa e transparente do ocorrido. A instituição também declarou que está colaborando com as investigações e revisará seus protocolos de segurança para evitar que incidentes semelhantes aconteçam no futuro.
O caso chama a atenção para questões de segurança e protocolos nos hospitais, especialmente em momentos tão sensíveis como o nascimento de uma criança. A investigação ainda está em curso, e as famílias aguardam respostas sobre o que realmente aconteceu no momento do parto.
Este incidente pode gerar implicações legais e mudanças nos procedimentos adotados pelas instituições de saúde, além de deixar as famílias envolvidas em uma situação de incerteza e sofrimento. A expectativa é que a apuração dos fatos seja feita com rigor e que medidas sejam tomadas para evitar que algo semelhante ocorra com outras famílias.