Temos que voltar à vida
Começamos o ano sabendo do risco de uma pandemia provocada pelo coronavírus. É claro que o Brasil, com economia aberta, não ficaria de fora deste fato. Patinamos no momento de ampliar a rede de saúde e preparar a população e a economia para uma crise que ninguém sabia o tamanho que teria. Chegamos agora a uma discussão quase romântica sore como será o “novo normal”. Essa discussão não pode demorar muito. Já estamos neste “novo normal”.
Dentro desse momento, não dá mais para discutir se isola ou não a população. A grande maioria dos especialistas aponta essa como única arma para conter a expansão do vírus. Mas o isolamento só funcionou com a união de forças em determinado momento. Coisa que não aconteceu em nosso país. Chegamos a bons índices, mas nunca ao nível ideal de isolamento. E não houve consenso para medidas mais drásticas. O resultado é que teremos uma pandemia mais prolongada, independente das medidas que forem adotadas daqui para frente.
As empresas não suportam mais discutir se podem ou não continuar sem produzir. O consenso é que não podem mais. E, se não podem, o que resta é trabalhar de forma dura e organizada na elaboração de protocolos, que devem ser respeitados, como forma de evitar danos maiores às pessoas e ao sistema de saúde.
O “novo normal” já vai sendo desenhado com lanchonetes que entregam e não servem comida, com valorização da TI e do home office e com a necessidade de pesquisas para encontrar soluções para os desafios que rondam a nossa economia.
Os governos, em todos os níveis, devem se preparar para continuar ajudando pessoas e setores da economia que ainda não encontram condições de sobrevivência. E precisam também preparar programas de refinanciamento de dívidas e de aporte de crédito para que as empresas possam enxergar algum futuro, ainda neste final de semana.
Otimizar recursos materiais e homens e valorizar as pessoas e tudo o que temos parece fazer parte desse “novo normal”. Precisamos buscar uma nova normalidade. De levantar cedo, trabalhar, ganhar o pão, rever pessoas e celebrar conquistas. Faz parte do normal que nunca acaba. E que precisa ser retomado.
Gustavo Cruvinel é vereador pelo MDB em Goiânia