Tarifaço dos EUA deve elevar preços em bares e restaurantes e preocupa setor de alimentação

Da Redação
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A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) alertou que o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, previsto para entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto, deve gerar aumentos significativos nos preços da alimentação fora de casa.
A medida dos EUA, que impõe tarifas mais altas a alimentos exportados pelo Brasil, como café, carnes, pescados e suco de laranja, pode causar efeitos em cadeia no mercado interno. Segundo a entidade, a pressão sobre a economia nacional poderá refletir diretamente nos cardápios de bares, lanchonetes e restaurantes, com aumentos estimados de até 10%.
“O café, por exemplo, pode perder até 30% da produção destinada à exportação. Isso deve gerar um aumento de até 6% nos preços no mercado interno. O mesmo pode ocorrer com carnes e pescados, que devem ser reajustados para compensar os custos de produção”, afirmou a Fhoresp em nota oficial.
A federação projeta que os impactos nos preços ocorram de forma gradual, no médio e longo prazos, à medida que o mercado interno absorve a oferta que não será enviada ao exterior. Com a demanda constante e oferta maior, os preços podem até baixar momentaneamente, mas a cadeia produtiva tende a repassar os custos aos consumidores, especialmente nos estabelecimentos comerciais.
Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, chamou atenção para um possível cenário de recessão. “Temos de colocar todos os cenários à mesa para que o Brasil entenda o que pode estar por vir. O impacto será forte no agronegócio e, consequentemente, na alimentação fora do lar”, afirmou.A entidade destacou ainda que pequenos e médios empresários do setor de bares e restaurantes serão os mais afetados, já que operam com margens apertadas e poderão ter dificuldades para ajustar cardápios sem perder clientes.A Fhoresp defende diálogo entre o governo brasileiro e os Estados Unidos para buscar alternativas diplomáticas e comerciais, minimizando os prejuízos à economia nacional.