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Com revitalização urbana do Setor Oeste, comércio vai junto

Transformação imobiliária do local chega com novos empreendimentos em um dos bairros mais antigos da Capital

De acordo com os dados populacionais mais recentes de que se tem registro, que são do Censo de 2010, entre 1991, 2000 e 2010 o número de habitantes no Setor Oeste não ultrapassou a casa dos 26 mil moradores, um dos mais tradicionais bairros de Goiânia. Depois de viver um boom de verticalização até os anos 1990, o número de lançamentos no local sofreu acomodação até recentemente, quando vem passando por uma significativa renovação de sua planta imobiliária, com lançamentos que trazem projetos mais modernos.

De acordo com a pesquisadora, socióloga e mestre em planejamento urbano Solange Rassi, entre os anos 1990 e 2010, o bairro passou nesses anos por uma transformação mais lenta, se comparado a outras regiões de Goiânia que experimentaram um processo de verticalização mais intenso e rápido, como Jardim Goiás, Setor Bueno e o Marista.

“Por outro lado, o Setor Oeste se tornou um bairro completo em termos de serviços, comércio, lazer etc., e tudo acessível, num raio pequeno, com as pessoas podendo, inclusive, se deslocar a pé. A área de saúde é bastante completa e os serviços e comércios, como bancos, supermercados e hipermercados, hotéis, restaurantes. Tudo isso manteve a população moradora antiga nesse bairro”, afirma a socióloga.

Ao mesmo tempo, o bairro manteve a sua atratividade e nunca deixou de ser um bairro querido e valorizado pela população, graças a seus atributos. “É preciso lembrar que o Setor Oeste é um bairro que conta com duas praças expressivas, duas áreas verdes importantíssimas para a cidade (Lago das Rosas e Bosque dos Buritis), avenidas largas e dois eixos viários bem importantes”, comenta Solange Rassi.

O arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves, que nasceu e passou grande parte de sua vida no Setor Oeste, relembra que o bairro passou por um intenso adensamento nos anos 1980 e 1990. “Foi o primeiro bairro, depois do Centro, que de fato se tornou adensável em Goiânia. A implantação de habitações coletivas no Setor Oeste foi muito forte nos anos 1980, principalmente com a atuação de grandes incorporadoras vindas de fora do Estado e muita gente começou a mudar para esses prédios do Setor”, conta o especialista.

Atualização

Conforme explica Paulo Renato, entre o final da década de 1990 e os anos 2000, com a atualização do Plano Diretor, o Setor Oeste, assim como qualquer bairro de Goiânia passou a ter suas áreas de desaceleração do adensamento, de adensamento básico e áreas adensáveis. “A atenção do mercado voltou-se para novos bairros em desenvolvimento, como o Setor Bueno, que começava a crescer, ganhou um shopping e um parque, tinha valor de metro quadrado mais acessível. O Setor Oeste sofreu uma natural desaceleração de novas construções”, explica o urbanista.

Agora, nos últimos anos, a atenção voltou-se para o bairro novamente. Novas áreas para se construir começam a surgir fruto de um processo de substituição de imóveis que, no passado, eram casas ou sobrados residenciais que posteriormente tornaram-se comércio. “A busca por mais segurança afugentou muitas empresas que funcionavam nestas casas ou sobrados, como clínicas por exemplo. Para essas empresas passou a ser mais interessante ir para um edifício comercial, que muitas vezes oferecia um aluguel bem mais barato e muito mais segurança”, esclarece Paulo Renato.

Segundo Paulo Renato Alves, esses novos empreendimentos que chegam ao Setor Oeste, começam a atrair uma boa parte desse público mais jovem que nasceu e cresceu no bairro, mas acabou deixando o lugar justamente pela falta de edificações mais modernas, e ao mesmo tempo atende a quem já vive no bairro e quer atualizar a sua moradia. Ele também afirma que a atração de um novo público para o bairro também incentiva a atualização de toda a rede de comércio e serviços, fazendo com que o setor se modernize de forma orgânica.

“O bairro retoma sua revitalização e isso é positivo do ponto de vista de ocupação urbana, uma vez que mantém a atratividade e do bairro para abrigar uma rede de comércio e serviços mais atualizada, justamente para atender a esse novo público que está chegando ao bairro”, explica o arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves.

Exemplo

Um exemplo dessas novas propostas de moradias para um dos mais tradicionais e bem localizados bairros de Goiânia, é o Maestro Residenza, mais recente lançamento da Innovar Construtora, feito em parceria com a WV Maldi Engenharia Incorporações e Joule Participações.

O empreendimento, que tem previsão de entrega para outubro de 2024, contará com estruturas e espaços que não são encontrados na grande maioria dos prédios antigos do Setor Oeste como academia, portarias específicas para moradores, visitantes e de serviços, além de uma área de lazer bem maior. No caso do Maestro, serão dois andares inteiros dedicados aos equipamentos de lazer.

“Mas também atendendo a um perfil de moradores mais jovens ou casais sem filhos, o projeto traz no último pavimento um rooftop, que é uma tendência bem contemporânea”, descreve arquiteta Marina Neiva, responsável pelo planejamento de interiores do empreendimento.

Por: Carlos Nathan Sampaio

GED

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