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Setor aéreo pede que Brasil não volte a exigir visto a turistas de EUA, Canadá, Japão e Austrália

Associações enviaram ofício a ministros Rui Costa, Márcio França e Daniela Carneiro

Empresas dos setores aéreo e aeroportuário se mobilizam para reverter a decisão do governo federal de voltar a exigir visto, para entrada no Brasil, a turistas vindos de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão. Em um ofício enviado na última quinta-feira aos ministérios de Turismo, Casa Civil, Portos e Aeroportos, além de Embratur e Apex-Brasil, cinco entidades dos segmentos criticam a medida.

O documento, ao qual o GLOBO teve acesso, é assinado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que reúne 265 companhias aéreas no mundo; pela Associação Brasileira das Empresas Aérreas (Abear); pela Aeroportos do Brasil (ABR); pela Junta dos Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (Jurcaib); e pela Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta).

As entidades “manifestam preocupações quanto às notícias” de que o governo vai exigir novamente vistos para viajantes oriundos dos quatro países e pedem que os ministros Daniela Carneiro (Turismo), Rui Costa (Casa Civil) e Márcio França (Portos e Aeroportos), bem como Marcelo Freixo (presidente da Embratur) e Jorge Viana (da Apex), intervenham junto ao governo para “impedir que esse medida seja revista, buscando manter a medida que só benefícios pode trazer ao turismo nacional”

 

A isenção de vistos a viajantes dos quatro países foi instituída em julho de 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). O texto afirma que os setores receberam a medida “com entusiasmo”, mas que “o lapso de tempo entre a adoção da medida e o inicio da pandemia não permitiu a percepção de números práticos desse potencial (de crescimento de visitas)”. As associações dizem que “é necessário um prazo maior” para que efeitos práticos benéficos da não exigência dos vistos sejam percebidos.

“Uma possível revisão, nesse momento, da liberação de vistos para turistas provenientes dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Australia é prematura e baseada em dados inconsistentes, prejudicados pelas consequências da pandemia de Covid-19 e podem representar mais um elemento de restrição para a recuperação do Brasil no cenário do turismo internacional, dificultando o potencial desenvolvimento do setor, ampliação de empregos e oportunidades de negócios aos mais diversos destinos turísticos nacionais, de reconhecido potencial, diversidade e riqueza”, diz o texto.

O documento afirma que “as políticas de vistos continuam sendo um obstáculo tanto para o turismo quanto para o crescimento econômico” e que a isenção do documento “pode representar uma oportunidade” para o Brasil. Como argumento, as associações citam o caso do México, que passou a exigir novamente, em novembro no ano passado, visto para turistas brasileiros entrarem no país. “Quando aquele país volta a exigir vistos dos brasileiros, os números caem abaixo da oferta pré-Covid-19 e chegam em dezembro a 65% dos volumes observados antes da pandemia”, diz o texto.

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