Goiânia

Saúde de Goiânia enfrenta crise financeira sem precedentes, e novo secretário busca soluções

Além de resolver a questão financeira imediata, Goiá sabe que terá o desafio de reestruturar a gestão da saúde em Goiânia.

Da Redação
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A crise financeira e administrativa na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia atingiu níveis alarmantes com o bloqueio judicial de R$ 57,3 milhões nas contas da pasta. O novo secretário, Pedro Guilherme Goiá de Moraes, assume a secretaria no meio de uma situação caótica, marcada pela prisão de seu antecessor, Wilson Pollara, e pela renúncia de Cynara Mathias, apenas sete dias após assumir o cargo.
Em entrevista ao Jornal O Popular, Goiá revelou a gravidade da situação financeira e as dificuldades enfrentadas para garantir a continuidade dos serviços essenciais à população. O bloqueio judicial afeta todas as contas da Secretaria, incluindo recursos destinados ao pagamento de fornecedores e prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), o que resultou em paralisações e insegurança em diversos setores.
“O bloqueio está afetando diretamente o funcionamento do sistema de saúde. Não conseguimos pagar a Loc-Service, responsável pela limpeza das unidades, nem a White Martins, fornecedora de oxigênio, que já notificou uma dívida de R$ 1 milhão”, afirmou o secretário. Além disso, contratos essenciais, como o de assistência domiciliar, realizado pela TransMédica, também estão comprometidos, impactando diretamente os serviços prestados à população.
A situação dos médicos credenciados também gerou tensões. Após o anúncio de greve para a próxima segunda-feira (9/12), os profissionais de saúde receberam um pagamento de R$ 13 milhões referente a novembro, mas a paralisação prosseguiu por três dias como forma de “protesto pedagógico”. “É um protesto para alertar sobre a gravidade da situação”, declarou um dos médicos credenciados.
O impacto da crise vai além dos médicos. A continuidade de outros serviços, como a distribuição de combustível para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), segue incerta. Goiá atribui a responsabilidade à Secretaria de Administração da Prefeitura de Goiânia, que, segundo ele, não repassou os valores devidos à empresa fornecedora de combustível.
“A parte da Saúde já foi regularizada. O contrato é da Semad, e o pagamento está em atraso por parte deles”, explicou.
A crise também ameaça a continuidade de programas como a testagem ampliada de Covid-19 e serviços digitais utilizados pelos agentes de endemias. A falta de pagamentos pode resultar na paralisação desses serviços, comprometendo a saúde pública da cidade.
Para tentar reverter esse cenário, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) já entrou com um recurso judicial, e Goiá tem buscado diálogo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) na tentativa de desbloquear os recursos e normalizar os pagamentos. “A prioridade é regularizar os serviços para que possamos atender a população sem interrupções. Estamos trabalhando para minimizar os danos e dar continuidade à gestão de forma eficiente”, destacou o secretário.
Além de resolver a questão financeira imediata, Goiá sabe que terá o desafio de reestruturar a gestão da saúde em Goiânia. “É preciso restaurar a confiança dos profissionais e da população, que estão vendo um cenário de grande instabilidade”, afirmou. Para isso, o secretário propôs um cronograma de pagamentos das dívidas, priorizando as competências de outubro e os contratos contínuos, como o da White Martins, fornecedora de oxigênio. “Para avançarmos, precisamos cumprir com os pagamentos e garantir que os serviços essenciais não parem”, ressaltou.
Apesar da crise sem precedentes, o novo secretário se comprometeu a adotar uma gestão eficiente e buscar soluções rápidas para reverter os danos. “Será necessário um esforço conjunto entre a prefeitura, o Ministério Público e os fornecedores para superar essa crise e garantir que a saúde de Goiânia continue funcionando”, concluiu Goiá.

GED

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