Artigo
Responsabilidade pela saúde da população deve ser compartilhada e não só dos empresários
Não é de hoje que os empresários já se comprometeram a seguirem todos os protocolos de reabertura, como o uso de máscaras, disponibilização de álcool 70%, locais para higienização das mãos, controle de fluxo de clientes, entre outros.
Porém, medidas como a da Justiça goiana, tomada neste domingo (21/06), que atende a uma solicitação do Ministério Público estadual e suspende o decreto do prefeito Iris Rezende, não considera as dificuldades enfrentadas pelos empresários, desemprego e até situação de fome que muitas pessoas estão vivendo.
Liminar proibiu a retomada de atividades comerciais em shoppings da capital e de outros segmentos empresariais. A reabertura desses estabelecimentos estava prevista para ocorrer nesta segunda-feira (22). Além disso, no mesmo documento assinado pelo prefeito a Região da 44 iniciaria as atividades a partir do dia 30.
Além disso, vale ressaltar a autonomia do Estado e dos municípios em relação às medidas de isolamento ou flexibilização. Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) deixou claro que cabe aos chefes dos executivos, ouvidos os órgãos colegiados de saúde, esse tipo de decisão. À época o governador Ronaldo Caiado afirmou que dividiria essa responsabilidade com os prefeitos.
Em Aparecida o prefeito Gustavo Mendanha, juntamente com o Comitê de Enfrentamento à Pandemia do Coronavírus dividiu a cidade em 10 macrorregiões e, com isso, estabeleceu escalonamento de abertura e fechamento do comércio. Porém, ainda assim existem pessoas que insistem em causar aglomerações.
É preciso atenção ao número crescente de casos de Covid-19 em Goiás, porém, a responsabilidade maior pelo combate ao vírus é da população. Se os empresários seguirem todos os protocolos e a população fizer a parte dela, não tem motivo para continuarmos com as portas fechadas.
E nossa preocupação vai além. Se a pandemia não for controlada até dezembro, os empresários e funcionários permanecerão parados até lá? Vale lembrar que existem outras medidas substitutivas ao fechamento do comércio. A obrigatoriedade de uso de máscaras em locais públicos de Goiânia e Aparecida é um exemplo claro.
A responsabilidade pelo controle de disseminação do novo coronavírus não pode ser exclusivo dos empresários. É preciso tomar os cuidados prescritos pelas autoridades em saúde pública, pois as medidas relativas ao fechamento do comércio não podem ser encaradas como a única alternativa.
Além do cuidado com a saúde da população e preocupação dos órgãos governamentais em relação ao salvamento de vidas, é preciso atentar para as dificuldades financeiras que muitas pessoas enfrentam nesse momento. Saúde e economia não são opostas.
Por Maione Padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (ACIRLAG)