“Principal função é dialogar com setor produtivo e criar ambiente de crescimento”, explica Felismar Martins
Assumiu a Secretaria de Indústria e Comércio no início do ano; pasta busca atender empresas interessadas em se instalar na cidade
Indicado pela Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), o contador Felismar Martins assumiu a Secretaria de Indústria e Comércio no início do ano; pasta busca atender empresas interessadas em se instalar na cidade. Ocupou mesma função na administração do ex-prefeito Ademir Menezes, entre 1997 e 2004, foi superintendente da folha de pagamento no governo estadual, diretor administrativo da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e vogal da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). Confira abaixo entrevista exclusiva ao Goiás em Destaque!
Quais são as principais atribuições da Secretaria de Indústria e Comércio? Antes era Desenvolvimento Econômico.
A principal função é dialogar com o setor produtivo desde a grande empresa até o menor produtor. Também buscamos atender as demandas com objetivo de criar um ambiente de crescimento. Esse diálogo com o setor produtivo não é feito apenas pela secretária, mas por todos os secretários.
A gestão tem conseguido atender as reivindicações dos empresários?
A cidade de Aparecida detém um grande pacote de incentivos principalmente na concessão de terrenos, que foi ao longo de muitos anos e continua sendo ainda o principal atrativo. Isso quando se fala da empresa que vai se instalar nos polos empresariais. Para o pequeno empreendedor, nós temos a Casa do Empreendedor que fala com o pequeno empresário. Agora, nós estamos dando uma dinâmica diferente para tudo isso. As doações ou concessões serão substituídas por venda simbólica, as leis vão melhorando. Também trabalhamos para aumentarmos o trabalho da Casa do Empreendedor, inclusive, com a construção de uma nova unidade.
O que falta aos empresários para que seus negócios avancem?
Em alguns casos falta conhecimento. Em outros casos falta documentação. Nós estamos trabalhando junto às entidades representativas para melhorar o atual cenário. Aparecida de Goiânia, por exemplo, é a terceira cidade goiana em quantitativo de importação, mas não exporta. A cidade é a 26ª em exportação. Queremos criar mecanismos para que isso mude e nossas empresas possam vender para fora do Brasil. Também estamos avançando na regularização fundiária das empresas. Isso possibilita melhores oportunidades de negócios, alimentando a cadeia da arrecadação, geração de emprego e renda. O poder público, neste sentido, precisa ser um agente facilitador.
Qual perspectiva para o futuro em relação ao crescimento econômico de Aparecida?
Não podemos pensar no futuro econômico da cidade sem falar em inovação e tecnologia. As universidades precisam se conectar ao que as empresas buscas, ou seja, precisamos formar mão de obra para o mercado de trabalho. Para isso, estamos buscando parcerias com diversas entidades como o Sebrae, o Senai e a FIEG. Em breve, a FIEG vai realizar um levantamento para identificar as principais carências do setor produtivo em nossa cidade, vai identificar e apresentar para as universidades e administração municipal. É preciso que empresa e universidade estejam falando no mesmo ambiente onde podem tratar de pesquisa e inovação.
As grandes empresas, que ofertam oportunidades de trabalho, procuram a cidade com frequência?
Temos uma demanda cadastrada de mais de 300 empresas. Cada cadastro será analisado para se verificar a compatibilidade com o município. Observamos critérios como geração de empregos, pagamento de impostos, emplacamento de veículos e outras vantagens.
Novos polos serão construídos?
O município tem disposição de buscar uma área nova de 200 alqueires próxima ao Parque Industrial Vice-Presidente José de Alencar. Queremos que a destinação deste terreno seja apenas para polos industriais. A área fica após o Conjunto Planície, após o aeroporto executivo e ao campus da UFG.
O Comitê Permanente de Desburocratização criado recentemente tem ajudado o setor produtivo?
Com certeza. Funciona justamente porque o setor público abraçou a ideia. As secretarias envolvidas e outros órgãos estão mais próximos das necessidades das empresas e dos pequenos empreendedores. O comitê foi validado pelo prefeito porque ele entende que esse é o caminho: criar ambiente melhor para que o empresário venha [para cidade] e se sinta à vontade para tocar seu negócio.
Energia elétrica continua sendo um problema em Aparecida?
Infelizmente. Há pouco estivemos na Equatorial e a resposta que tivemos foi que o sistema está sucateado. Eles estão na contramão. Enquanto falamos em crescimento, eles falam em sucateamento. Precisamos buscar outras alternativas como energia limpa. Não podemos continuar esperando oito ou dez meses para conclusão de um projeto elétrico.
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