Presidente do Banco Central defende juros altos por mais tempo diante de incertezas econômicas

Da Redação
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O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (20) que o cenário atual da economia brasileira exige a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados por mais tempo. A declaração foi feita durante um evento promovido pelo Goldman Sachs, na capital paulista, e ocorre em meio a crescentes debates sobre os rumos da política monetária do país.
“Dado o que aconteceu no passado recente, dado o nível de desancoragem das expectativas, temos consciência de que, desta vez, precisamos permanecer com essa taxa de juros por mais tempo em um patamar restritivo”, afirmou Galípolo, referindo-se à perda de confiança de parte do mercado na convergência da inflação à meta estabelecida.
As falas do presidente do BC ecoam a ata divulgada recentemente pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que apontou a necessidade de “cautela adicional” na condução da Selic diante das “elevadas incertezas”, especialmente no cenário externo. O comitê reafirmou o compromisso com a meta de inflação, que é de 3% ao ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.Economistas ouvidos por veículos do setor financeiro avaliam que o Banco Central adotou uma postura mais pragmática, diante da resiliência da economia e do risco de descontrole inflacionário.