Goiânia

Prefeitura de Goiânia publica decreto de racionalização de gastos públicos

Documento suspende novos contratos e estabelece comitê gestor para acompanhar equilíbrio fiscal do município

A Prefeitura de Goiânia publicou, no Diário Oficial do Município (DOM), nesta quinta-feira (17/10), decreto que estabelece racionalização de despesas com o objetivo de assegurar o equilíbrio fiscal do município e cumprir compromissos previamente assumidos. O decreto, que tem validade até o final de 2024, estabelece a contenção de gastos no âmbito do Poder Executivo Municipal, tanto para a administração direta quanto para autarquias, fundações e estatais dependentes.

Segundo exposição de motivos da Sefin, a decisão de adotar tais medidas foi embasada em relatórios fiscais que indicaram a necessidade de maior controle das finanças municipais. Os dados revelam um aumento significativo nas despesas, como o subsídio do transporte público, que apresentou crescimento de 265,17% no primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022, e um aumento adicional de 51,07% em 2024. Outras pressões financeiras incluem reajustes contratuais, como a alta dos preços dos combustíveis, e a atualização dos planos de carreira dos servidores.

A Receita Corrente Líquida (RCL) registrou um crescimento de 4,48% no terceiro bimestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, as despesas que mais aumentaram tiveram uma alta significativa de 33,28% entre janeiro e junho de 2023, em relação ao primeiro semestre de 2022. O cenário de 2023 para 2024 também apresentou índices de alerta: no primeiro semestre, a RCL cresceu 14,81%, enquanto as despesas mais elevadas subiram 24,52% no mesmo período.

Entre as medidas de contenção do decreto, destacam-se a suspensão de novos contratos de compras e serviços, exceto aqueles relacionados à saúde, segurança e assistência social. Além disso, estão proibidas despesas com locação e aquisição de veículos e imóveis, bem como a participação em eventos e viagens ao exterior, salvo em casos específicos do Chefe do Executivo. Essa ação é necessária para garantir a saúde financeira do município sem a necessidade de elevar impostos ou taxas.

O decreto também impõe limites a gastos com pessoal, como a suspensão de admissões, horas extras e a criação de novas comissões remuneradas. Licenças prêmios e progressões salariais também estão suspensas, com exceção de casos que envolvam aposentadorias. Para monitorar a execução das medidas, o decreto também institui o Comitê Gestor do Gasto Público, vinculado à Finanças, que terá a responsabilidade de acompanhar e avaliar o cumprimento das diretrizes estabelecidas. Ressalta-se que o comitê não terá custos para a prefeitura.

Cabe lembrar ainda que o valor recém contratado do empréstimo é destinado exclusivamente para aplicação de capital com a expectativa de um benefício futuro, sem qualquer relação com o custeio da máquina pública. É um valor “carimbado” que absolutamente não pode ser utilizado para despesas operacionais.

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