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Polícia Federal Indicia Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por Coação e Tentativa de Abolição do Estado Democrático

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A conclusão faz parte do relatório final da investigação sobre a suposta trama golpista, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (15). O documento aponta que pai e filho agiram para obstruir o avanço da investigação, buscando intimidar autoridades do Judiciário e do Legislativo, e tentar influenciar o julgamento que os tem como principais investigados. A ação de Eduardo Bolsonaro está no centro das investigações pela sua atuação nos Estados Unidos desde março de 2025, onde articulou pedidos de sanções contra autoridades brasileiras, especialmente ministros do STF, como Alexandre de Moraes. Segundo a Polícia Federal, Eduardo buscou apoio do governo norte-americano para pressionar o Brasil, o que a Procuradoria-Geral da República (PGR) considera um crime de atentado à soberania nacional. O ex-presidente teria transferido recursos via Pix, em valores fracionados, para custear a permanência do filho no exterior e fortalecer essa atuação. Além disso, os investigadores indicam que Jair Bolsonaro desrespeitou medidas cautelares do STF ao continuar a se comunicar com aliados em redes sociais, enviando vídeos e mensagens que reforçavam a tentativa de coação contra o sistema judicial. A investigação também atingiu o pastor Silas Malafaia, que foi alvo de operação da Polícia Federal por suposta participação na articulação para coagir ministros do STF. O relatório da PF, encaminhado ao ministro relator Alexandre de Moraes, foi enviado à PGR para que o procurador-geral Paulo Gonet decida se apresenta denúncia formal, solicita diligências complementares ou pede o arquivamento, sendo esta última hipótese considerada remota. Nos últimos meses, os Estados Unidos aplicaram medidas de retaliação contra o Brasil, como tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados, uma investigação comercial sobre o Pix e sanções financeiras a autoridades brasileiras, o que, segundo a PF, tiveram relação com a atuação de Eduardo Bolsonaro. O caso avança agora para a próxima fase no STF, onde o julgamento se aproxima e segue cercado de forte repercussão nacional e internacional.

GED

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