Economia & Negócios

PEC da escala 6×1 gera polêmica entre empresários e trabalhadores em Goiás

Da Redação
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A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 36 horas tem gerado intensas discussões no Brasil, especialmente entre as lideranças empresariais em Goiás. A PEC, atualmente em debate na Câmara dos Deputados, estabelece a possibilidade de uma jornada de trabalho de quatro dias e três de descanso, o que, de acordo com os empresários, pode comprometer a competitividade das empresas no estado.
O Fórum Empresarial Goiano, composto por diversas entidades empresariais, se mobiliza contra a proposta, com o objetivo de barrá-la na bancada federal goiana. Lideranças de setores como indústria e comércio temem que a mudança afete especialmente os micros e pequenos negócios, além de gerar um impacto negativo nas finanças das empresas. A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio do Conselho Temático de Relações do Trabalho e Inclusão, afirmou que a redução da jornada pode prejudicar a competitividade do Brasil frente a outras economias e afetar a sustentabilidade do setor empresarial.
Lorena Blanco, presidente do Conselho da Fieg, destacou que a mudança proposta exigiria uma reforma nas relações de trabalho, afetando a organização das jornadas e a gestão de custos das empresas. Ela lembrou ainda que a legislação trabalhista já permite a redução da jornada de forma negociada em convenção coletiva, adaptando-se à realidade de cada setor.
Por outro lado, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) apoia a PEC, argumentando que a medida traria benefícios para os trabalhadores, proporcionando uma maior qualidade de vida e bem-estar.
Outros representantes empresariais também se posicionaram contra a PEC, defendendo maior liberdade nas relações de trabalho. Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/Goiás, acredita que o foco deve ser o aumento da produtividade e da capacitação da mão de obra antes de se considerar a redução da jornada. Para ele, a medida traria custos adicionais para as empresas, o que se refletiria no aumento dos preços e da inflação. Pereira defende que as relações de trabalho sejam mais flexíveis, permitindo que empregador e empregado negociem diretamente as condições de trabalho, como ocorre em vários países.
No setor de comércio, Marcelo Baiocchi, presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), também enfatizou a necessidade de flexibilização das jornadas. Baiocchi argumentou que, em muitas atividades, já existe uma jornada de trabalho de 5×2, e que não seria necessário fixar esse modelo por lei. Ele defende que a flexibilização seja feita por meio de convenções coletivas, adaptadas às necessidades de cada categoria.
Para o presidente da Fecomércio-GO, o mais importante é que as partes envolvidas, empregador e empregado, tenham a liberdade de negociar as melhores condições para ambos. A flexibilidade, segundo Baiocchi, resultaria em maior pagamento e melhor produtividade, beneficiando todos os envolvidos.

GED

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