Goiânia

Pastor de Goiânia que foi questionado pela cor de pele do filho recém-nascido procura a polícia após novos ataques

Marcos Davis foi questionado após o nascimento do filho e também sofreu comentários ofensivos após postar um ensaio fotográfico nas redes sociais

      Depois de ser questionado pela cor da pele do filho recém-nascido, o pastor evangélico Marcos Davis Moreira de Oliveira, negro, foi à Polícia Civil (PC), em Goiânia, denunciar novos ataques sofridos nas redes sociais.

“Vou lutar até o fim para que essas pessoas sejam punidas. Serei uma voz na luta contra o racismo, contra pessoas cruéis e desumanas que cometem esses crimes”, afirmou Marcos ao G1. Segundo ele, os novos comentários surgiram após um ensaio do bebê postado em uma rede social.

Quando postou o ensaio, tiveram seguidores questionado quando ele faria o exame de DNA.

“Eu ainda postei as fotos enfatizando a questão do racismo, mas logo sugiram comentários ofensivos. Um deles até pedia para a gente provar que erámos os pais, já que somos pessoas públicas. Um momento de realização do nosso sonho, virou um desgaste emocional.”

Começo dos ataques ao casal por causa da pele do filho

Os primeiros questionamentos ocorreram logo após o casal postar uma foto com o bebê Noah Davis no colo. “Não tem cabimento pais negros gerarem filho branco”, escreveram à época do nascimento, em 19 de agosto.

Naquele momento, o pastor postou uma nota de repúdio, mas não buscou a polícia ou a justiça, pois achou que o caso terminaria ali. “Mas, não parou por aí. Foi ficando cada vez pior”, disse ao veículo de comunicação.

Investigação

Post nas redes sociais feito por Marcos Davis após ser questionado pela cor de pele do filho recém-nascido em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/Instagram
Post nas redes sociais feito por Marcos Davis após ser questionado pela cor de pele do filho recém-nascido em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/Instagram

Diante dessa situação, Marcos decidiu procurar o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), em Goiânia, onde registrou a denúncia. De acordo com o delegado Joaquim Adorno, um inquérito foi instaurado para apurar o caso.

 De acordo com o investigador, as provas reunidas pela vítima podem levar a punição de quem fez os comentários ofensivos, podendo a pessoa investigada responder por injúria racial que, em caso de condenação, prevê até três anos de prisão.

A denúncia foi registrada no Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), em Goiânia, na última semana e finalizado na segunda (13) com a entrega de provas (prints dos diversos comentários). O   delegado responsável pelo caso Joaquim Adorno informou que um inquérito já foi instaurado pela Polícia Civil (PC), que pela quantidade de perfis deve demorar até 60 dias para concluir a investigação.
Questionado sobre o que pode ocorrer na investigação, o delegado afirma que as pessoas podem ser implicadas nos crimes de injúria ou injúria racial. “Teve todo tipo de comentário e a pessoa irá responder conforme o que escreveu”, explicou.

 

 

GED

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