O Complexo Prisional precisa sair de Aparecida
Aparecida de Goiânia vive um momento ímpar em sua história. Enquanto o país patina para sair da crise econômica, o município tem elevado ano após ano seu Produto Interno Bruto, deixando para trás a incômoda pecha de cidade-dormitório, de fornecedora de mão de obra para Goiânia. Hoje Aparecida é geradora de emprego e renda. Mas uma situação atravanca e ameaça o desenvolvimento do segundo maior município do Estado de Goiás: o Complexo Prisional localizado na região leste do município, justamente onde estão localizados os distritos industriais.
Além da Penitenciária Odenir Guimarães e Presídio Feminino, onde ficam os condenados, o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia abriga a Casa de Prisão Provisória, Centro de Triagem e o Regime Semiaberto. Toda essa concentração de presos transforma a região num verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir. É humanamente impossível garantir a segurança de tantos presos em uma estrutura ultrapassada em que o sistema que deveria ressocializar se tornou, simplesmente, um depósito de seres humanos.
Por isso, há anos a mudança do Complexo Prisional para um local maior e estruturado com prédios construídos de acordo com os padrões prisionais modernos é uma luta dos moradores da região e dos empresários da Região Leste de Aparecida de Goiânia. A Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Aparecida de Goiânia (ACIRLAG) é defensora dessa causa e conclama as demais entidades coirmãs, ACIAG, Fieg, Acieg, Adial, associações dos polos, poder público, municipal, prefeito, Câmara Municipal para nos mobilizarmos para a retirada do Sistema Prisional dali para outro local mais afastado, seguro e moderno.
A ACIRLAG tem informações de que o Complexo Prisional poderá ser palco de uma nova tragédia, entre tantas que ali já ocorreram devido à superlotação e más condições de acolhimento dos presos. Não podemos aceitar que a tragédia se repita. Precisamos evitar o que já ocorreu no passado, rebeliões, mortes, tudo isso gerando uma imagem negativa de Aparecida de Goiânia e do estado de Goiás.
Os empresários e as entidades que os representam querem contribuir para evitar que isso aconteça. Infelizmente, informações que chegaram ao nosso conhecimento dão conta da existência de uma grande inquietação entre os apenados, especialmente os reeducandos do regime semiaberto. A insatisfação generalizada se deve à reapresentação de mais de 800 presos que estavam com tornozeleiras, após uma rebelião no local com mortes, e que tiveram de se reapresentar em um local desestruturado.
Precisamos unir forças para sensibilizar o secretário de Segurança Pública, o governador, a Diretoria-Geral do Sistema Prisional. Estamos convocando publicamente para discussão a OAB/Goiás, o Judiciário, o Ministério Público. Precisamos de uma solução urgente para esse problema. Uma alternativa é regionalizar. Em vez de simplesmente colocar os presos para dormirem em um local, que é um modelo falido, é preciso ressocializá-los, com parcerias, e os próprios empresários estão à disposição para construir uma solução. Quem sabe uma parceria público-privada, de interesse dos empresários, para resolver essa situação.
Sem uma solução imediata para esse problema, a Região Leste de Aparecida de Goiânia corre o risco de perder investimentos. A região está prestes a receber grandes empreendimentos, como o Aeroporto Executivo e outros polos empresariais. Como convencer empresários a investir em uma região que sequer tem segurança?
Maione padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Aparecida de Goiânia – ACIRLAG