Goiânia

Novos pólos comerciais mudam hábitos de compra do goianiense

Ao longo dos últimos anos, alguns centros comerciais de Goiânia, como a Avenida Anhanguera e Campinas, deixaram de ser exclusivos. As pessoas começaram a migrar para pequenos pólos comerciais mais próximos de suas casas pela acessibilidade e baixo custo. Entre os locais que se tornaram roteiros de bastante visitação é a Avenida Pasteur, no Parque Anhanguera. O local abriga comércio de todas as áreas e vem concentrando maior número de usuários nos últimos meses.

Esta mudança é vista de forma positiva pela arquiteta e urbanista do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO), Adriana Mikulaschek. “A cidade é bastante dinâmica e a gente não consegue prever. Mesmo que tenha sido planejada, as pessoas acabam adaptando de acordo com as necessidades delas. A partir do momento em que a Avenida Anhanguera ou o setor Campinas começaram a perder usuários, esses comércios migraram para outros lugares”, explica.

Um dos motivos apontados por ela para esta modificação seria a falta de estacionamento e ao mesmo tempo o transporte público apresentar problemas. “O carro começou a ter necessidade de espaço de estacionamento. Além disso, os shoppings centers surgem com estacionamentos garantidos e possibilidade de comprar diversos produtos em um só lugar. As pessoas começaram a ir para lugares fechados”, revela.

Por isso, os pequenos centros da cidade estão se descentralizando. “Apesar de a região central abriga os principais serviços”. Este movimento é necessário, pois evita um maior deslocamento, já que as pessoas gastam menos tempo para chegar e não necessitam de carro. Gera uma vivacidade nos bairros mais periféricos. É muito positivo”, diz Adriana.

Plano Diretor

A arquiteta explica que o Plano Diretor determina que nas vias principais devem ter lotes para o comércio. “Esses centros acontecem pelo próprio desenho do Plano Diretor. Depois, as pessoas adaptam. As pessoas podem vender na porta de casa. Mas no primeiro momento esses centros acontecem nas vias de maior fluxo”, revela.

Assim como acontece em todas as capitais brasileiras, há uma concentração estratégica de empresas nesses espaços. No passado, a moda era na Avenida 85, depois Bernardo Sayão”, explica a gerente de negócios da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Dina Marta Correia. Segundo ela, a concentração vivida em Goiânia reflete o direcionamento do próprio consumidor. Diversas opções em um lugar se tornam mais atrativas. Estar onde o público vai é uma questão de manter o negócio aberto.

“A Capital tem essa característica e por isso vemos o comércio andar. A confecção hoje se encontra na 44, há 10 anos não era assim”, afirma o presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi.

A arquiteta e urbanista Erika Kneib pontua que a cidade se estrutura a partir das grandes centralidades e é natural ter concentrações em alguns bairros como ocorre em Goiânia. “O que é ruim é quando as centralidades são concentradas como no Centro, Campinas, Marista, Jardim Goiás. É importante ter mais equilíbrio e ter subcentros mais espalhadas no território”.

Comércio local

Outros centros comerciais que estão se fortalecendo se concentram na região Noroeste, como a Avenida Mangalô, no setor Morada do Sol, e o bairro Vila Mutirão. Os locais reúnem comércios e concentram a população dos bairros próximos. Isto faz com que os moradores não precisem se deslocar ao Centro para comer uma pamonha, por exemplo.

“Quando eu quero comprar algum item de maquiagem ou preciso de roupa nova vou na Mangalô e muitas vezes acho o que preciso. E não preciso ir ao shopping para comprar. Antes não era assim, mas agora temos vários tipos de loja aqui”, explica a moradora do Jardim Curitiba IV, na Região Noroeste, Sarah Martins.

Capital da moda

A consolidação capital de Goiás como polo de turismo comercial e produtor na área de moda com foco na estruturação dos espaços públicos é o foco do projeto “Goiânia, Tá na Moda”, que foi apresentado no último dia 18 para secretários e representantes de diversas pastas da Prefeitura de Goiânia.

Durante a apresentação da plataforma, o presidente da Associação Empresarial da Região da 44, Chrystiano Câmara, evidenciou a vocação comercial varejista e atacadista das empresas estabelecidas e comemorou a parceria com o poder público no desenvolvimento da proposta. “O Goiânia, Tá na Moda, será um projeto que irá promover o comércio bem como o turismo de negócios ampliando a nossa cidade ampliando nossa capacidade de receber empresários e investidores de todo o País. E essa parceria da prefeitura com o setor produtivo e as entidades como o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia só enriquecem e tornam viáveis propostas como essa”.

O empresário Carlos Luciano, presidente do Grupo Mega Moda, celebrou o anúncio da novidade “Com esse projeto teremos a oportunidade de tornar Goiânia uma das capitais da moda em nosso País. Temos atrativos nacionais reconhecidos como a gastronomia e o sertanejo, que são portas para o turismo local”.

Emprego e Renda

Gestora da pasta de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, Cristina Lopes, ressaltou o compromisso em estabelecer parcerias com a sociedade civil organizada de modo a gerenciar as ações que irão beneficiar a população goianiense em geral. “Esse projeto vai gerar empregabilidade e requalificação do polo da moda da Região da 44. Para nós, que cuidamos das questões de políticas afirmativas para diferentes grupos sociais esse projeto é um presente para nossa comunidade que precisa de oportunidades de emprego para gerar autonomia financeira para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social”.

Para a secretária de Políticas para Mulheres, Tatiana Lemos, essa proposta abrirá inúmeras oportunidades de trabalho para mulheres, com destaque para as vítimas de violência. “Quando falamos de moda, dizemos de um mercado onde cerca de 90% dos profissionais envolvidos são mulheres. Em Goiânia temos um número significativo de mulheres em busca de oportunidade profissional e a nossa pasta tem promovido uma série de cursos de qualificação de corte, costura, modelista e costura industrial para dar condições de empregabilidade para essas profissionais. Um projeto como esse é importante para dar emprego, em especial, às mulheres vítimas de violência doméstica que buscam de autonomia financeira para sair do convívio de seus agressores”.

(Divulgação: O Hoje)

GED

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