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Novas Tarifas de Trump sobre Aço e Alumínio Entram em Vigor e Podem Atingir US$150 Bilhões em Produtos

As tarifas mais pesadas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aço e o alumínio entrarão em vigor nesta quarta-feira (12) e afetarão quase US$150 bilhões em produtos fabricados com esses metais. A medida, que abrange desde porcas e parafusos até lâminas de escavadeiras, tem o potencial de aumentar os custos para o setor e para os consumidores. As tarifas foram definidas em um valor efetivo de 25%, uma vez que as isenções, exclusões e cotas anteriores expirarão no primeiro minuto de quarta-feira (23h de hoje, no horário de Brasília), com centenas de produtos sujeitos a tarifas pela primeira vez.

Nesta terça-feira (11), Trump fez novas ameaças ao Canadá, em meio a crescentes tensões comerciais com o aliado dos EUA. Ele sugeriu tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio canadenses, mas recuou após o governador de Ontário, Doug Ford, retirar uma sobretaxa de 25% sobre as exportações de eletricidade do Estado canadense para os EUA.

Uma análise feita pela Reuters revelou que as tarifas afetarão uma ampla gama de produtos, desde peças importadas de automóveis e tratores até móveis de metal, materiais de construção e peças de maquinário. A ação de Trump, que começou a ser debatida no mês passado, visa reforçar as tarifas de segurança nacional sobre o aço e o alumínio impostas no primeiro mandato do presidente, e agora se estende a produtos tão diversos como pias de aço inoxidável, fogões, serpentinas de evaporador de ar condicionado, ferraduras, frigideiras de alumínio e dobradiças de aço para portas.

Em 2024, as importações para as 289 categorias de produtos listadas devem atingir US$ 147,3 bilhões, com quase dois terços disso representando alumínio e o restante, aço, de acordo com dados obtidos pela Reuters. Em comparação, as primeiras rodadas de tarifas punitivas de Trump sobre produtos industriais chineses, em 2018, totalizaram US$ 50 bilhões em valor de importação anual.

Os maiores impactados pelas novas tarifas serão o Canadá e o México, que são os dois maiores fornecedores de metais para os EUA. Esses dois parceiros comerciais dos EUA também enfrentam tarifas separadas de 25% sobre todos os produtos devido ao tráfico de fentanil. Contudo, essas tarifas estão suspensas para produtos que seguem as regras de origem do Acordo EUA-México-Canadá.

Siderúrgicas e produtores de alumínio já manifestaram preocupações de que as isenções e cotas anteriores enfraqueceram a eficácia das tarifas, que haviam dado um impulso temporário ao uso da capacidade de produção de aço e alumínio dos EUA. Dan Ujczo, advogado especializado em comércio entre os EUA e o Canadá, alertou que essas novas tarifas serão sentidas pelos consumidores, especialmente no setor de construção e automotivo.

Além disso, as novas tarifas estão criando incertezas no mercado. Alguns clientes do setor imobiliário, por exemplo, suspenderam projetos de desenvolvimento devido à dificuldade de estimar os custos de materiais para os próximos meses.

A principal justificativa de Trump para as tarifas é fortalecer a produção doméstica de aço e alumínio e criar mais empregos nos Estados Unidos. Entretanto, fabricantes de equipamentos, como a Husco, de Wisconsin, alertaram que as tarifas podem aumentar os custos, especialmente em componentes metálicos menores importados. O presidente da empresa, Austin Ramirez, afirmou que, apesar das tarifas de 25%, o custo dos componentes importados ainda pode ser mais barato do que a produção interna.

A Associação de Fabricantes de Equipamentos também previu que os preços de equipamentos agrícolas, como tratores e colheitadeiras, podem subir em breve devido ao aumento nos custos do aço doméstico, que já subiu mais de 21% desde o anúncio das tarifas.

A Casa Branca não comentou sobre o possível aumento de custos, mas defendeu as tarifas como parte da agenda econômica “America First”, com o objetivo de revitalizar a indústria dos EUA e reduzir impostos.

GED

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