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Negociação avança, mas impasse sobre benefícios mantém tensão nos Correios

Proposta prevê reajuste pela inflação e preserva cláusulas históricas, mas empresa descarta concessão de vale-peru

Em meio a uma negociação que se arrasta há meses, avanços pontuais marcaram mais uma tentativa de acordo entre a empresa e os trabalhadores dos Correios. Na última terça, dia 16, durante a segunda rodada de conciliação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho, foi apresentada uma nova proposta que prevê reajuste salarial pela inflação e a manutenção de cláusulas consideradas sensíveis pela categoria, embora sem contemplar a concessão do chamado vale-peru.

O debate ocorre no contexto da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, vencido desde julho, ainda na gestão anterior da estatal. Até então, a empresa vinha defendendo reajuste zero, alegando dificuldades financeiras. A nova proposta sinaliza uma mudança de postura ao prever reajuste de 5,13%, com pagamento em abril e efeito retroativo a janeiro, além da correção automática pelo INPC entre julho de 2026 e julho de 2027, período em que a estatal passará por reestruturação.

Apesar da abertura em pontos centrais, os sindicatos indicaram que, até o momento, não aceitam a proposta. Entre as reivindicações dos trabalhadores estão a manutenção de benefícios como o adicional de 70% nas férias, o pagamento de 200% para o trabalho realizado aos fins de semana e a concessão de um vale-peru no valor de R$ 2,5 mil. A empresa concordou em manter os adicionais de férias e de fins de semana, além da marcação de ponto por exceção para carteiros até julho de 2026, mas manteve veto ao benefício extra, considerado inviável financeiramente.

A conciliação no TST já garante a instauração do dissídio coletivo, mas as negociações seguem. A proposta será submetida às assembleias da categoria, que decidirão entre aceitar os termos ou deflagrar greve. Caso haja paralisação, o tribunal poderá arbitrar medidas para evitar a interrupção total dos serviços, diante do impacto financeiro e operacional para a estatal.

GED

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