MP de Minas Gerais recomenda banimento da Mancha Alviverde dos estádios
Da Redação
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O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) recomendou, nesta quarta-feira (30), o banimento da torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras, dos estádios brasileiros por um período de dois anos. A decisão vem na esteira de um ataque violento promovido pela torcida contra a Máfia Azul, do Cruzeiro, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP), que resultou na morte de um torcedor cruzeirense e deixou 20 feridos.
Em resposta ao pedido da Promotoria de São Paulo, a Federação Paulista de Futebol (FPF) já determinou a proibição da entrada da Mancha Alviverde em estádios paulistas. O MP-MG também enviou uma recomendação semelhante à Federação Mineira de Futebol (FMF) e solicitou que a decisão fosse encaminhada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visando a extensão da proibição a todo o território nacional.
O MP fundamentou sua recomendação no aumento da violência associada à presença da torcida organizada nos eventos esportivos, afirmando que sua participação tem exacerbado a hostilidade entre torcedores, amplificando a sensação de insegurança.
Além do banimento, o MP-MG pediu a criação de um cadastro nacional de torcedores suspensos ou impedidos de frequentar eventos esportivos. Também solicitou que clubes adotem medidas para impedir que torcidas organizadas envolvidas em práticas violentas utilizem o símbolo ou escudo das equipes, evitando assim sanções esportivas.
Detalhes do Ataque
O ataque ocorrido na madrugada de domingo (27) resultou na morte de José Victor de Miranda, de 30 anos, motoboy e integrante da Máfia Azul. Ele estava em um dos dois ônibus atacados com bombas caseiras e fogos de artifício. O corpo apresentava marcas de queimadura. Outros torcedores cruzeirenses foram feridos e levados para hospitais da região, com algumas pessoas permanecendo internadas.
A Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) será responsável por identificar os membros da Mancha envolvidos na emboscada. A polícia está analisando imagens de câmeras de segurança nas proximidades do local do ataque.
A rivalidade entre a Mancha Alviverde e a Máfia Azul é antiga, e ambas as torcidas possuem alianças com grupos rivais.
A torcida palmeirense se alia à Galoucura, do Atlético-MG, enquanto a torcida cruzeirense tem laços com a Independente, do São Paulo. O ataque de domingo é visto como uma retaliação a um confronto anterior entre as torcidas, ocorrido em setembro de 2022.
Em comunicado divulgado na segunda-feira (28), a Mancha Alviverde negou qualquer envolvimento na emboscada, afirmando que foi injustamente acusada. A situação ressalta a crescente preocupação com a segurança nos eventos esportivos e o papel das torcidas organizadas no aumento da violência no futebol.