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Médico de Cavalcante afirma ter sido preso por se negar a atender delegado com prioridade

. Segundo sua assessoria, o médico prestava cuidados a outros pacientes, e deixar de atende-los para priorizar o delegado iria contra o Código de Ética Médica.

Um médico da comunidade de Cavalcante, no norte do estado, denunciou ter sido preso na tarde de ontem (27/1) por se negar a prestar atendimento prioritário a um delegado de Polícia Civil da região. Segundo a denúncia, o delegado teria procurado o posto de saúde com sintomas de covid-19 na última quarta (26), exigindo prioridade em seu atendimento por ser autoridade policial, mas com a negativa por parte do médico, voltou à unidade de saúde no dia seguinte para lhe dar voz de prisão.

O médico, chamado Fábio França, atendia na Unidade Básica de Saúde (UBS) da comunidade, em meio ao Programa Saúde da Família. Segundo sua assessoria, o médico prestava cuidados a outros pacientes, e deixar de atende-los para priorizar o delegado iria contra o Código de Ética Médica.

Na tarde de quinta (27), o delegado de polícia Alex Rodrigues teria retornado à UBS de Cavalcante na companhia de dois policiais para dar voz de prisão ao médico. As denuncias foram de que a prisão ocorreu de forma agressiva, sendo Fábio obrigado a retirar de sua máscara de proteção.

O médico encontra-se preso na delegacia de Alto Paraíso. A população da região está organizando uma manifestação hoje (28), a partir das 9h, na Praça Diogo Teles Cavalcante, para pedir liberdade ao médico.

Questionada sobre o caso, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) aponta uma versão diferente da contada pelo médico. Segundo nota divulgada na manhã desta sexta (28), o delegado teria notado um comportamento estranho por parte do médico durante os atendimentos. O delegado então decidiu apurar o registro profissional de Fábio, descobrindo que o médico exercia irregularmente a profissão.

Diante da situação, o delegado foi novamente ao médico pedir esclarecimento sobre os fatos, quando o Fábio teria se alterado e ofendido a autoridade policial e sua equipe, razão pela qual recebeu voz de prisão em flagrante.

A nota da PCGO ainda afirma que Fábio foi autuado em flagrante delito pelos crimes de exercício irregular da profissão, desacato, resistência, desobediência, ameaça e lesão corporal.

 

Confira a nota da Polícia Civil na íntegra:

A Polícia Civil de Goiás vem, por meio desta nota, explicar a notícia que surgiu em portais de comunicação locais sobre a prisão de um médico, supostamente por ter negado atendimento prioritário a um Delegado.

O Delegado de Polícia Alex Rodrigues, responsável pela Delegacia de Cavalcante, esteve no consultório com sintomas de Covid-19 na manhã de quinta-feira, 27 de janeiro de 2022, e no decorrer do dia, nas visitas que fez ao posto médico para tratar de seus exames, e em decorrência da forma em que o profissional o atendia, terminou sendo cientificado de que o médico estaria atuando de tal maneira por insegurança, dado ao exercício profissional irregular praticado. Realizados levantamentos técnicos acerca do registro profissional do suposto médico, Fábio França, constatou que o registro do médico junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás estava cancelado.

Diante da situação, impelido pelo dever legal que o acomete, tomou as medidas cabíveis para o esclarecimento dos fatos, inicialmente diretamente com o autuado, e no consultório onde realizava atendimento clínico, quando o médico se alterou e ofendeu a autoridade policial e sua equipe, fatos confirmados por testemunhas ouvidas no decorrer da lavratura do procedimento, uma delas, inclusive, enfermeira da unidade de saúde.

O conduzido foi autuado em flagrante delito pelos crimes de exercício irregular da profissão, desacato, resistência, desobediência, ameaça e lesão corporal.

Por cautela foi determinado pela Delegacia-Geral de Polícia Civil o acompanhamento direto e imediato da ocorrência pela Gerência de Correições e Disciplina. A PCGO reafirma seu compromisso com os cidadãos, colocando-se sempre no mesmo nível que os demais goianos e nunca corroborando com atitudes de abuso de autoridade.

A corregedoria da Polícia Civil de Goiás acompanhará o caso em toda sua extensão.

GED

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