Mãe que mandou matar a filha planejava vender imóveis herdados para fugir do estado, diz polícia
Crime em Caruaru teria sido motivado por disputa pela herança deixada pelo avô da vítima; mãe e padrasto foram presos por homicídio qualificado e tortura
Em meio às investigações sobre o assassinato de Allani Rayanne Santos, de 24 anos, novas revelações apontam que o crime foi planejado para permitir que a mãe da jovem vendesse três imóveis herdados e deixasse Pernambuco. O corpo da vítima foi encontrado na segunda-feira, 17, dentro da própria residência, em Caruaru, com sinais de espancamento, facadas, mãos amarradas e diversos hematomas.
De acordo com o delegado de homicídios Eric Costa, a motivação foi exclusivamente financeira. Allani e a mãe haviam herdado dinheiro e três propriedades no litoral pernambucano após a morte do avô materno. Desde então, mãe e filha entraram em conflito sobre a administração e a venda dos bens. A vítima resistia à ideia de se desfazer dos imóveis, o que teria desencadeado discussões constantes.
Segundo as investigações, a mãe convenceu o companheiro — padrasto da vítima — a cometer o assassinato. O homem foi preso na manhã de terça-feira e, após ser confrontado com vídeos e elementos periciais, confessou o crime, apontando a mãe da jovem como mandante. Ele relatou que o plano era vender os imóveis e utilizar o dinheiro da herança para que ambos deixassem o estado e recomeçassem a vida em outra região.
Antes do assassinato, a vítima foi torturada para que transferisse valores depositados em sua conta. O padrasto tentou obrigá-la a entregar o dinheiro herdado, mas Allani se recusou. De acordo com o delegado, a jovem foi brutalmente espancada e esfaqueada. As armas usadas — uma enxada de jardim e uma faca — ainda não foram localizadas.
As investigações também apontam que o relacionamento entre mãe e filha era marcado por conflitos constantes motivados por dinheiro. “A ganância por dinheiro fez a mãe cometer essa atrocidade”, afirmou o delegado Eric Costa.
A mãe e o padrasto foram presos e autuados por homicídio duplamente qualificado e tortura. O caso segue sob acompanhamento da Polícia Civil, que continua a busca pelas armas e a apuração de todos os detalhes para conclusão do inquérito.



