Lula enfrenta mais obstáculos do que resultados em 2024
Da Redação
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No primeiro ano de seu terceiro mandato, em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva focou fortemente em reposicionar o Brasil no cenário internacional, buscando fortalecer sua imagem global e se consolidar como um líder mundial. Suas viagens e tentativas de mediação, desde conflitos armados até questões ambientais, dominaram a agenda do governo. No entanto, essa priorização das questões externas teve um impacto negativo sobre a agenda interna, que ficou relegada a segundo plano. Isso contribuiu para uma gestão descoordenada, com dificuldades em formar uma base sólida no Congresso e a constante disputa interna entre os principais aliados do governo.
Com a expectativa de que 2024 seria o ano do “freio de arrumação”, Lula tinha o objetivo de superar as fragilidades internas e colocar o país de volta nos trilhos, semeando projetos que pudessem aumentar sua popularidade. Contudo, os resultados não foram conforme o esperado. O ano não foi marcado pela resolução dos problemas internos, e os dois ministros-chave do governo, Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), continuaram a rivalizar nos bastidores, dificultando a articulação política. Questões cruciais, como a segurança pública, permanecem sem soluções concretas, e a ambiguidade que permeia algumas das decisões do governo não foi esclarecida. Um dos principais desafios do governo foi o ajuste fiscal. Após meses de discussões sobre a necessidade de controlar as despesas públicas, Haddad conseguiu convencer Lula a lançar um pacote de medidas fiscais. A decisão política de Lula de não ceder às pressões de mercado, embora fosse uma estratégia para manter a retórica de resistência, resultou em um descontrole das finanças públicas, que trouxe como consequência a alta da inflação, juros mais elevados e dificuldades econômicas para a população e as empresas.