LinkedIn registra 11 mil currículos por minuto e recrutamento entra em crise globalcom uso de bots
Da Redação
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O mercado de trabalho vive uma transformação acelerada com o uso massivo de inteligência artificial nas candidaturas a vagas. Apenas em 2025, a plataforma LinkedIn registrou mais de 11 mil inscrições de emprego por minuto, um aumento de 45% em relação ao ano anterior. O movimento foi impulsionado por ferramentas como o ChatGPT e bots de aplicação automática, que facilitam a adaptação e o envio de currículos em larga escala.
Com poucos comandos, candidatos conseguem gerar currículos e cartas de apresentação personalizados. Alguns vão além e utilizam bots que preenchem e acompanham processos seletivos sem qualquer interação humana. O resultado é um verdadeiro “tsunami de candidatos”, como definem profissionais de recrutamento.
O excesso de candidaturas, no entanto, não significa mais qualidade. Estimativas indicam que apenas 27% das aplicações chegam completas e adequadas.
Isso tem levado empresas a adotarem soluções automatizadas para filtrar os currículos. Plataformas como o HireVue e o chatbot “Ava Cado” processam dados, simulam entrevistas e fazem testes comportamentais em poucos minutos, reduzindo o tempo de contratação em até 75%.
Apesar da eficiência, esses sistemas levantam questões sobre viés algorítmico e exclusão de perfis não padronizados. Ao mesmo tempo, os próprios candidatos estão sofisticando suas estratégias — ou até recorrendo a fraudes. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou esquemas de falsidade ideológica em processos seletivos remotos, com uso de identidades falsas e bots. O LinkedIn, por sua vez, lançou ferramentas de triagem mais rígidas para conter perfis suspeitos.
Mesmo com o grande volume de candidaturas, 40% dos profissionais afirmam ter recebido menos retornos em 2025. A frustração cresce num cenário em que quase 60% dos trabalhadores planejam buscar novas oportunidades ainda neste ano.
Especialistas acreditam que o setor passa por um momento de adaptação. A disputa entre inteligências artificiais — de candidatos e recrutadores — deve se estabilizar à medida que novas regras e filtros forem implementados.
