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Líderes do PL de Goiás afundam partido em escândalos: Gayer, Alcides e Fred sob investigações de corrupção e assédio

Prometendo ser o partido da ética e do conservadorismo, líderes do PL de Goiás estão mergulhados em investigações de corrupção, pedofilia, assédio e falsidade ideológica

Artigo
Pseudônimo Rodolfo T. de Queiroz

O Partido Liberal (PL) de Goiás, que um dia se apresentou como defensor dos valores conservadores e anticorrupção, está agora afundado em uma série de investigações e escândalos que ameaçam não apenas a reputação de seus líderes locais, mas também a credibilidade do partido como um todo.

Gustavo Gayer, Professor Alcides e Fred Rodrigues, figuras centrais do partido no estado, são alvo de investigações que vão de corrupção a assédio sexual, passando por falsidade ideológica.

Desde 2016, investigações envolvendo o deputado federal Professor Alcides Ribeiro, do PL de Goiás, já eram levantadas pelo então senador Jorge Kajuru, que o colocou sob suspeita de assédio sexual.

Agora, novas investigações trouxeram à tona um escândalo ainda mais grave. Alcides é suspeito de manter relações íntimas com um adolescente menor de 18 anos.

Nesta última quinta-feira (12), a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra três pessoas denunciadas por invadir a residência do menor para, supostamente, apagar imagens comprometedoras que estariam no celular dele .

Um dos presos é segurança do parlamentar e mora na casa de Alcides em Aparecida de Goiânia. O outro é assessor do deputado em Brasília.

Ambos são suspeitos de roubo e ameaça. Segundo a polícia, a dupla teria entrado armada na casa do adolescente para apagar provas de uma suposta relação íntima entre o jovem e o deputado. Os presos teriam forçado o menor a fornecer a senha do celular para deletar imagens que estavam na galeria de fotos e salvas na nuvem.
Os mandados foram cumpridos pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia.

Em resposta às denúncias, o deputado se manifestou, por meio de nota destinada “ao povo goiano”. “Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome. Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado”, frisou.
O deputado se assume homossexual, mas frisa, porém, “não ser bandido”, ao negar ligação com o crime. “Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás. Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim”, pontuou.

Vale lembrar que, em outubro, Alcides foi candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia, segunda maior cidade de Goiás, contando com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar disso, terminou a eleição em segundo lugar, atrás de Leandro Vilela, do MDB.

Fred Rodrigues, por sua vez, foi cassado por unanimidade anulando o registro de sua candidatura, eleito deputado em 2022 com 42,7 mil votos. A ação em questão gira em torno do indeferimento de uma prestação de contas da eleição de 2020, quando concorreu à Câmara de Goiânia.
Atualmente, ele está sob investigação por falsidade ideológica, além de estar envolvido em uma série de polêmicas que minam ainda mais a imagem do PL no estado.

Gustavo Gayer, conhecido por sua retórica conservadora, está sendo investigado por desvio de recursos públicos e envolvimento em esquemas fraudulentos. Ele também enfrenta críticas por seu alinhamento com figuras controversas dentro do partido, como Fred e Alcides.

Bolsonaro avisado sobre os candidatos

De acordo com fontes próximas, antes de Jair Bolsonaro visitar Goiás, ele teria sido alertado sobre o histórico polêmico e as investigações em andamento contra os candidatos locais do PL. Apesar disso, o ex-presidente escolheu manter o apoio aos três líderes, o que acabou por manchar ainda mais sua própria imagem no estado.

Durante sua passagem por Goiás, Bolsonaro chegou a criticar o governador local, Ronaldo Caiado, enquanto era visto ao lado de Alcides e Fred, ambos sob suspeita de vários crimes.
O PL de Goiás, que deveria simbolizar os valores da ética, da moralidade e da luta contra a corrupção, tornou-se o oposto do que prometia.

As investigações contra Gayer, Alcides e Fred revelam um padrão de conduta que contraria diretamente os princípios conservadores que o partido afirma defender.
Críticos argumentam que o PL é um partido de direita apenas no discurso, enquanto na prática está mergulhado em práticas que desrespeitam os eleitores e colocam em xeque sua legitimidade como representante da moralidade. Enquanto as investigações continuam, o desgaste político é inevitável.
Eleitores conservadores, que confiaram no partido para representar seus valores, se dizem traídos. Internamente, há divisões no PL, com alguns membros pressionando pela expulsão dos envolvidos, enquanto outros tentam minimizar os danos.

A situação é tão grave que analistas políticos já consideram que o PL de Goiás dificilmente conseguirá se reerguer a tempo das próximas eleições.

A associação com investigações de corrupção, assédio e falsidade ideológica pode ter destruído, de forma irreparável, a confiança dos eleitores no partido.
Resta saber se o partido conseguirá sobreviver à crise, ou se será lembrado apenas como mais um exemplo de promessas traídas pela realidade dos fatos.

Nota
O jornal tentou contato com o Partido Liberal (PL) e os políticos mencionados para que pudessem se manifestar sobre os fatos relatados neste artigo. Até o fechamento desta edição, não obtivemos retorno. Reiteramos que o espaço segue aberto para esclarecimentos e posicionamentos futuros.

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