Itamaraty pede reforço ao governo da Indonésia para localizar brasileira desaparecida em trilha de vulcão

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Itamaraty, solicitou oficialmente ao governo da Indonésia reforço nas buscas pela brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que desapareceu após cair de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, localizado na ilha de Lombok. O acidente ocorreu na última sexta-feira (20), em uma área considerada de difícil acesso, a cerca de 1.200 km da capital Jacarta.
Juliana fazia parte de um grupo que tentava alcançar o cume do vulcão, uma das trilhas mais populares entre turistas que visitam a região. A jovem, que é publicitária, iniciou a trilha com o objetivo de concluir o percurso em quatro dias. No entanto, durante o trajeto, sofreu uma queda nas imediações da cratera do monte, que tem 3.726 metros de altitude.
Desde então, as buscas têm sido dificultadas por condições climáticas adversas, como chuva intensa, neblina densa e baixa visibilidade.
Apelo diplomático
Em nota oficial, o Itamaraty confirmou que o pedido de reforço foi feito diretamente pelo ministro Mauro Vieira em nome do governo brasileiro. Segundo o ministério, a embaixada do Brasil em Jacarta está em contato direto com autoridades da Indonésia e tem acompanhado a situação de forma contínua.
“Desde que foi acionado pela família, o governo brasileiro mobilizou esforços junto às autoridades indonésias para intensificar as buscas na região”, diz o comunicado do Itamaraty.
Dois funcionários da embaixada foram enviados para a ilha de Lombok e estão a caminho da base da trilha onde o acidente aconteceu. A área é considerada remota e fica a aproximadamente quatro horas do centro urbano mais próximo.
Resgate sob risco e lentidão
A irmã da jovem, Mariana Marins, tem feito apelos nas redes sociais e denunciado a lentidão do resgate. Segundo ela, as equipes de salvamento precisaram interromper a operação por conta do mau tempo e conseguiram avançar apenas 250 metros em um dia inteiro de trabalho.
“Faltavam apenas 350 metros para chegar na Juliana e eles recusaram. Precisamos de ajuda, precisamos que o resgate chegue até a Juliana com urgência”, desabafou Mariana.
De acordo com informações das autoridades locais, Juliana caiu de um penhasco que fica às margens da trilha, próximo à cratera do vulcão. Ainda não há confirmação oficial se ela sofreu ferimentos graves ou se está com vida, mas relatos indicam que ela permaneceu consciente por pelo menos 36 horas após a queda, enquanto aguardava socorro.
Apoio da primeira-dama
A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, também se manifestou nas redes sociais e declarou que acompanha o caso pessoalmente. Segundo ela, o ministro Mauro Vieira garantiu que o governo está fazendo “tudo o que for possível” para acelerar o resgate.
“O ministro está empenhado em fazer tudo o que for possível para que o resgate aconteça com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve possível”, afirmou Janja em publicação nas redes.
A comoção em torno do caso tem mobilizado familiares, amigos e brasileiros que acompanham a história com apreensão.
Uma trilha de risco e beleza
O Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia e atrai turistas do mundo inteiro por sua beleza cênica e o desafio da trilha, que pode durar de dois a quatro dias. O percurso é considerado de dificuldade alta e exige preparação física, equipamentos adequados e acompanhamento de guias especializados.
Segundo o Parque Nacional do Monte Rinjani, o trajeto passa por áreas de floresta densa, penhascos íngremes e regiões de altitude onde o clima muda rapidamente. Juliana iniciou o percurso com um grupo de trilheiros na sexta-feira (20) e deveria retornar no domingo (22), mas não chegou ao ponto final.
As agências de turismo e montanhismo que operam na região também têm acompanhado o caso, e algumas colaboram com informações logísticas para facilitar o deslocamento das equipes de busca.
Governo brasileiro cobra agilidade
O Itamaraty reforçou que continua em contato com a família de Juliana no Brasil, prestando apoio psicológico e diplomático. As autoridades brasileiras insistem na necessidade de reforço nas equipes de busca, incluindo o uso de helicópteros e drones especializados para localizar pessoas em regiões de difícil acesso.
“Cada minuto conta”, destacou a irmã da jovem em sua última atualização. Familiares afirmam que Juliana é experiente em trilhas, já tendo realizado percursos similares em outros países, o que aumenta as esperanças de que ela esteja viva e aguardando resgate.
Esperança e mobilização
O caso de Juliana comoveu internautas e figuras públicas. Campanhas com a hashtag #ResgatemJuliana se multiplicam nas redes sociais, pressionando autoridades a não interromperem as buscas enquanto houver chance de encontrá-la com vida.
A expectativa é que, com o reforço solicitado pelo governo brasileiro, as equipes possam retomar as buscas com mais recursos técnicos e humanos, aumentando as chances de um desfecho positivo.
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