Goiânia

“Irresponsabilidade”, afirma presidente do Sinpro Goiás sobre novo decreto da Prefeitura que mantém aulas 100% presenciais

Conforme noticiado na edição impressa desta terça-feira (18/1) do Jornal O Hoje, a Prefeitura de Goiânia publicou ontem (17/1) um novo decreto com medidas para conter o avanço da variante Ômicron e os casos de gripe em Goiânia. Fato curioso é que apesar de cancelar o carnaval, limitar a capacidade de funcionamento de restaurantes, cinemas, e até igrejas, o decreto não cita medidas para as escolas (que voltaram a funcionar com 100% de sua capacidade), nem para eventos já programados.

De acordo com as novas regras, que entram em vigor hoje e serão revistas a cada 15 dias, locais como shoppings, cinemas, celebrações religiosas, realização de shows e festas, assim como os estabelecimentos destinados à recreação, como o Zoológico e o parque Mutirama, terão sua lotação limitada ao máximo 50% de sua capacidade.

Conforme explicou Durval Pedroso, Secretário Municipal de Saúde (SMS), os grandes eventos estarão limitados à capacidade de 500 pessoas, e só acontecerão mediante autorização da SMS, ao obedecer aos protocolos estabelecidos em nota técnica da pasta. Apesar disso, as regras não se aplicam aos eventos já autorizados pelo município, como diz no trecho: “devendo, para sua realização, serem revistos pela Secretaria Municipal de Saúde os protocolos sanitários aplicáveis para cada autorização emitida”.

“Irresponsabilidade”

Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, o presidente do Sinpro Goiás (Sindicato dos Professores do Estado de Goiás), professor Railton Nascimento, criticou a omissão da prefeitura sobre o funcionamento das escolas, apontando o grave risco de contaminação dos alunos no regime 100% presencial.

“Recebemos essa notícia do decreto com estarrecimento. Além de ignorar a proteção da comunidade escolar, seja na rede pública ou privada, o prefeito sequer fala das condições básicas de protocolos sanitários para as escolas na publicação feita. Temos a Ômicron, com uma transmissão exponencial, também a H3N2, também com uma transmissão absurda. De forma que autorizar a volta 100% presencial nas redes pública e privadas não pode ser descrita de outra forma se não como irresponsabilidade”, afirmou Railton.

Para o presidente do Sinpro, mesmo que os motivos que levaram a prefeitura a manter as aulas presenciais tenham algum embasamento social, o retorno não se justifica pelo risco de vida à comunidade escolar.

“Há um discurso sobre a perspectiva social, que é a necessidade de muitas crianças pobres têm da proteção da escola, da alimentação, de proteção da violência domestica. Porém, não se justifica trocar uma proteção por outra, e em nome da proteção social colocar as crianças em risco de vida. Ao meio ver o apelo econômico para o retorno das aulas é o que grita mais alto”, concluiu o prof. Railton.

As aulas presenciais em escolas de Goiânia retornaram suas atividades nesta semana, com 100% dos alunos em sala de aula. Um levantamento recente realizado pela consultoria Vital Strategies, com base em dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), aponta que cerca de 800 pessoas entre cinco e 11 anos podem ter morrido após infecção por coronavírus desde o início da pandemia até fim de novembro do ano passado.

Informações de O Hoje

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