Irã ataca Israel com mísseis após bombardeio dos EUA, mas reação é limitada, dizem analistas

Tel Aviv, Haifa e Ness Ziona foram alvos dos mísseis iranianos; ofensiva deixou 23 feridos e danificou prédios, mas segue padrão anterior à entrada dos EUA na guerra
Em mais um capítulo da escalada de tensões no Oriente Médio, o Irã lançou uma série de mísseis contra Israel na madrugada deste domingo (22), poucas horas depois de ter instalações nucleares bombardeadas por forças americanas. Apesar da gravidade do episódio, analistas militares apontam que a ofensiva persa manteve o mesmo padrão dos ataques anteriores, sugerindo uma capacidade de retaliação ainda limitada por parte de Teerã.
Três áreas de Israel foram atingidas: Tel Aviv, Haifa e Ness Ziona. Segundo as autoridades locais, ao menos 23 pessoas ficaram feridas e diversos prédios foram danificados, especialmente na região de Ramat Aviv, na capital israelense. Uma praça pública em Haifa foi completamente destruída e imóveis ao redor sofreram sérios danos estruturais.
O ataque iraniano ocorre como resposta direta à ofensiva conduzida no sábado (21) pelos Estados Unidos, que mirou alvos estratégicos do programa nuclear iraniano. Ainda que tenha provocado danos e deixado feridos em território israelense, o contra-ataque persa é visto como simbólico e de alcance limitado.
Danos e feridos em Israel
Os mísseis atingiram áreas civis e comerciais. Em Tel Aviv, bairros residenciais foram os mais afetados, e equipes de resgate atuaram durante toda a madrugada para remover escombros e atender os feridos. O chefe da polícia israelense confirmou que 23 pessoas deram entrada em hospitais, a maioria com ferimentos leves a moderados.
A cidade portuária de Haifa, no norte do país, também foi alvo da ofensiva. Uma praça pública em uma área densamente habitada foi reduzida a escombros. Lojas e residências no entorno foram severamente danificadas. Em Ness Ziona, ao sul de Tel Aviv, os danos foram menores, mas também houve registro de destruição em construções e interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Resposta limitada do Irã
Apesar da intensidade do ataque, especialistas em segurança afirmam que a ofensiva segue o mesmo padrão adotado pelo Irã antes da entrada formal dos Estados Unidos no conflito. A avaliação é de que, mesmo diante do aumento das hostilidades, Teerã ainda enfrenta obstáculos logísticos e operacionais para promover retaliações mais incisivas.
“Há uma tentativa clara do Irã de mostrar força diante de sua população e da comunidade internacional, mas a dimensão do ataque mostra que sua capacidade de resposta está sendo contida”, avaliou um analista militar israelense em entrevista à emissora Channel 12.
Desde o início da guerra, o Irã tem optado por ataques pontuais, muitas vezes com mísseis de médio alcance, sem buscar uma escalada total contra o território israelense. A entrada dos Estados Unidos no conflito, no entanto, aumentou o risco de uma reação mais ampla, o que até o momento não se concretizou.
Escalada no Oriente Médio
A tensão entre Irã, Israel e Estados Unidos atingiu um novo patamar após o ataque americano às instalações nucleares iranianas. O governo de Washington justificou a ação como uma medida preventiva diante do risco iminente de enriquecimento de urânio para fins bélicos por parte de Teerã.
O governo iraniano, por sua vez, condenou o bombardeio como uma violação à sua soberania e prometeu responder “com força proporcional”. No entanto, o ataque deste domingo, embora significativo, não apresenta a escala ou sofisticação que indicariam uma escalada irreversível no conflito.
Diplomacia sob tensão
Os governos europeus, incluindo França e Alemanha, fizeram apelos pela contenção e alertaram para o risco de uma guerra de grandes proporções na região. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também se manifestou, pedindo “moderação máxima” às partes envolvidas.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que o país “responderá com força a qualquer ameaça à sua população” e responsabilizou o regime iraniano por qualquer nova escalada. Já o governo dos Estados Unidos não comentou oficialmente o ataque iraniano, mas fontes do Pentágono confirmaram que as tropas americanas no Oriente Médio estão em estado de alerta máximo.
Cenário ainda instável
Mesmo com a aparente contenção do Irã, a situação continua volátil. Especialistas alertam que a repetição de ataques e contra-ataques pode sair rapidamente do controle e evoluir para uma guerra regional com consequências imprevisíveis. A presença militar americana amplia esse risco e pressiona ainda mais os canais diplomáticos já fragilizados.
Por ora, o ataque iraniano deste domingo parece mais uma demonstração de resistência política do que um avanço militar concreto. Ainda assim, o temor é de que uma nova rodada de agressões possa acender o pavio de um conflito de proporções globais.