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Com alta da energia e do combustível: Goiânia tem maior prévia de inflação do País em agosto

As pressões estão vindo, principalmente, dos preços dos combustíveis, além da energia elétrica, gás de cozinha e dos alimentos

Os preços de vários produtos e serviços continuam pressionando o orçamento das famílias goianienses neste mês de agosto, quando Goiânia registrou a maior prévia de inflação para o período no País. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou uma variação de 1,34% na capital, a sexta taxa positiva do ano. A alta foi puxada pelos preços de vários itens pesquisados pelo IBGE, com destaque para os combustíveis, energia elétrica, gás de cozinha e os alimentos. Com isso, a inflação acumulada no ano já chegou aos 6%.

No Brasil, o índice geral de inflação para as famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, ficou em 0,89%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta de preços em Goiânia. A maior aconteceu no grupo de Transportes, que tem o maior peso mensal e cujos preços subiram 3,07% em agosto. De acordo com o IBGE, só os combustíveis, com destaque para a gasolina e o etanol, subiram mais 6,37% este mês e acumulam uma alta de 33,4% este ano e de 51,74% nos últimos 12 meses.

Com os combustíveis mais caros, os preços do transporte por aplicativo também aumentaram 9,77%, em média. No grupo de Habitação, a maior pressão veio do preço do gás de cozinha, que ficou 4,6% mais caro em agosto, acumula uma alta de quase 25% este ano e completa um ano de crescimento consecutivo. A inflação também foi impulsionada pelo custo da energia elétrica, que teve a quarta alta consecutiva: 3,6%.

O superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, lembra que o Banco Central vem elevando a taxa de juros desde abril e, mesmo assim, a inflação continua em alta, ainda muito relacionada à questão cambial. “A gasolina e o etanol tiveram um peso significativo na alta do custo de vida. Mas também precisamos destacar o custo da energia elétrica neste processo, pois ela continua subindo em todo País, assim como o gás de cozinha”, ressalta.

Para Edson Vieira, os preços dos alimentos e bebidas também merecem destaque neste processo, pois ele voltou a pressionar a inflação em Goiânia e em todo País. Altas significativas vieram dos preços do tomate, que ficou 16,4% mais caro, e do óleo de soja, que subiu mais 4,64% neste mês de agosto. As carnes também continuam comprometendo cada vez mais o orçamento das famílias. Em agosto, o preço do coxão mole aumentou mais 4,36% e a carne de porco teve reajuste de 4,14%.
“São itens que pesam muito no bolso das pessoas mais pobres e contribuem para elevar o nível de pobreza desta faixa da população”, destaca o superintendente do IBGE. Ele ressalta o fato da pressão sobre a inflação vir de vários itens diferentes ao mesmo tempo. “Um exemplo é o setor de serviços, que tem represado aumentos por conta da baixa demanda. Mas, com a flexibilização das atividades econômicas e o avanço da vacinação, as pessoas voltam a sair de casa e a consumir, como em restaurantes, possibilitando o repasse destes custos”, adverte.

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